Suinocultura se destaca na pecuária goiana e do Brasil

A suinocultura em Goiás tem alcançado um lugar de destaque no cenário nacional, consolidando-se como um dos principais polos de produção do Brasil. Segundo a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o estado ocupa atualmente a 7ª posição no ranking nacional de produção de suínos, com um rebanho de 1,5 milhão de cabeças em 2022. Este crescimento é impulsionado por investimentos em tecnologias modernas e pela integração da cadeia produtiva, garantindo eficiência e qualidade na produção.

“A suinocultura em Goiás experimentou um avanço significativo nas últimas décadas, impulsionado pela adoção de tecnologias modernas e pela integração da produção”, afirma Pedro Leonardo Rezende, secretário de Agricultura do estado. Municípios como Rio Verde, Jataí, Aparecida do Rio Doce, e Santo Antônio da Barra lideraram a produção em 2022, consolidando-se como referências na área.

Esse destaque da produção de suínos no estado também está atrelada aos avanços dos produtores, como por exemplo em Goiás, 19 Granjas de Reprodutores Suínos Certificados (GRSC) são destaques pela adoção de padrões rígidos de biosseguridade e controle sanitário. Esses estabelecimentos, certificados semestralmente pela Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), desempenham um papel crucial na manutenção da qualidade genética e na proteção sanitária dos rebanhos suínos.

“A certificação das granjas é essencial para garantir a sanidade dos rebanhos e permitir o acesso a mercados nacionais e internacionais. Essas granjas fornecem reprodutores de alta qualidade para diversas regiões do Brasil, impulsionando a economia estadual e garantindo uma carne suína de excelência”, afirma José Ricardo Caixeta, presidente da Agrodefesa.

Entre as GRSC, uma se destaca pelo ciclo completo de produção, abrangendo desde a reprodução até a terminação, assegurando maior controle em todas as etapas. Essas granjas, obrigadas a atender critérios rigorosos, são fiscalizadas com exames semestrais que incluem testes para doenças como Peste Suína Clássica, Tuberculose e Brucelose.

Outro ponto importante é o mercado externo que tem sido um dos grandes trunfos da suinocultura goiana. Singapura destaca-se como um dos principais compradores, com importações crescentes da carne suína produzida no estado. Em 2023, as exportações registraram um aumento de 20% em comparação ao ano anterior, estabelecendo um recorde no setor. A BRF, um dos principais frigoríficos integradores da região, desempenha um papel essencial, destinando grande parte da produção local para o mercado internacional.

No mercado interno, o consumo per capita de carne suína também tem apresentado um crescimento expressivo. Fernando Cordeiro de Barros, presidente da Associação Goiana de Suinocultores (AGS), destaca o aumento de 40% no consumo ao longo da última década, passando de 14 quilos para 20,6 quilos por pessoa ao ano. “Esse crescimento reflete o trabalho que realizamos para divulgar a carne suína nos supermercados, nos açougues e até mesmo na merenda escolar, onde a introdução da carne suína é uma iniciativa importante”, comenta Barros.

A Associação Goiana de Suinocultores tem sido fundamental no fortalecimento da cadeia produtiva em Goiás. “Nosso trabalho vai desde a capacitação dos produtores e colaboradores nas granjas até o treinamento em frigoríficos. Além disso, investimos em campanhas de marketing para divulgar os benefícios da carne suína e conscientizar os consumidores”, explica Fernando Cordeiro de Barros.

Ele também ressalta a relevância das parcerias com o setor público e privado para superar desafios como o custo de produção e as oscilações de mercado. Em 2024, Goiás tem vivenciado um ano de recuperação, com preços recordes e resultados positivos para os produtores.

Produtor de suínos desde 2012, Fernando Cordeiro de Barros compartilha sua experiência no setor. “Quando comecei, tinha apenas cem animais. Hoje, opero com mil suínos em recria e terminação, sempre buscando maior eficiência e qualidade”, relata. Apesar dos desafios enfrentados nos últimos anos, como altos custos de produção, Barros celebra os resultados obtidos em 2024, um ano marcado pela recuperação financeira e por um mercado mais favorável.

Ele enfatiza a importância de planejamento e organização para superar adversidades e se manter competitivo. “Trabalhamos com muito foco para identificar gargalos e explorar as oportunidades de crescimento”, afirma o produtor.

As perspectivas para a suinocultura em Goiás são promissoras. Com o fortalecimento das exportações, a expansão do mercado interno e os avanços tecnológicos, o setor caminha para consolidar sua relevância no agronegócio brasileiro. Para Fernando Cordeiro de Barros, o futuro da suinocultura passa pela continuidade dos investimentos em inovação, pela ampliação das parcerias e pela promoção da carne suína como uma opção saudável e acessível aos consumidores.

“Estamos confiantes no crescimento sustentável da cadeia produtiva. Com trabalho e dedicação, Goiás tem tudo para se tornar uma referência nacional e internacional em suinocultura”, conclui o presidente da AGS. Com a união dos produtores, a modernização do setor e o apoio das instituições, Goiás avança para um futuro de ainda mais protagonismo no agronegócio brasileiro.

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