6 passos essenciais para a sucessão do CFO

Por Artur de Castro Frischenbruder, sócio e headhunter na Evermonte Executive Search.

Nos últimos anos, a sucessão de CFOs tem se mostrado um assunto cada vez mais complexo, exigindo um planejamento estratégico cuidadoso e de longo prazo. Diferentemente de uma transição operacional, a escolha do novo CFO tem repercussões profundas, especialmente em empresas de capital aberto, onde esse papel exerce influência direta na confiança dos investidores e na valorização de mercado.

Podemos apontar uma sequência de pelo menos 6 passos essenciais a serem seguidos para mitigar possíveis impactos e potencializar os resultados desse movimento:

Primeiro passo: planejamento

Planejar a transição com pelo menos dois anos de antecedência permite que a empresa prepare não apenas o sucessor, mas também todo o mercado e a equipe interna para a troca de posição. Esse período possibilita que a mudança aconteça de forma mais natural, com o CFO que está deixando o cargo orientando e direcionando o sucessor nas áreas mais críticas.

Segundo passo: análise de conjuntura

Antes de identificar o perfil desejado para o cargo, é essencial revisar a estratégia financeira e os desafios que a empresa enfrentará nos próximos anos – afinal, nem todo momento é adequado para essa transição. Existem três cenários específicos em que é recomendável adiar a troca de CFO para evitar riscos adicionais:

1. Reestruturação organizacional: Em processos de fusão, aquisição ou reestruturação, a continuidade do CFO que já conhece a estrutura da empresa é essencial para uma transição tranquila. Substituir o CFO nesse momento poderia gerar desalinhamentos nas decisões críticas.

2. Lançamento de IPO: Quando a empresa se prepara para abrir capital, é fundamental que o CFO seja alguém que já tenha construído um histórico de confiança com investidores e que compreenda profundamente os requisitos regulatórios. Uma mudança de CFO durante um IPO pode impactar negativamente a percepção do mercado.

3. Mudanças regulatórias significativas: Em setores com mudanças regulatórias intensas, como financeiro ou saúde, a liderança de um CFO que conhece as novas exigências é importante para garantir uma adaptação segura. O momento de transição pode ser arriscado se o novo CFO precisar de tempo para se familiarizar com esse ambiente.

Terceiro passo: mapeamento

O terceiro passo é definir se a organização buscará um sucessor interno ou externo. Caso haja alguém na equipe financeira com potencial para assumir o cargo de CFO, é recomendável investir no desenvolvimento desse profissional para que ele esteja plenamente preparado.

No entanto, caso a escolha seja por um CFO externo, é importante considerar não apenas a experiência e os conhecimentos técnicos do executivo, mas também sua capacidade de adaptação à cultura e ao ritmo da organização. A experiência em ambientes complexos, histórico de entregas sólidas e habilidades estratégicas que agreguem valor à companhia são elementos fundamentais.

Quarto passo: definição de perfil

A definição do perfil do novo CFO deve ser feita à luz dos resultados que se planeja alcançar. Para delinear esse perfil com precisão, a sugestão é retomar os objetivos do negócio para estabelecer (ou relembrar) os norteadores centrais desse processo, de maneira a assimilar a visão de longo prazo sob a qual a organização está ancorada, bem como suas atuais necessidades em termos de gestão financeira e governança.

Quinto passo: comunicação da transição

O quinto passo para uma transição eficaz na diretoria financeira é comunicar as mudanças para o público interno, prioritariamente, de forma objetiva e transparente. A comunicação deve se estender, também, ao mercado e aos acionistas, sempre primando pela segurança e confiabilidade do processo e da estratégia adotada pela companhia.

Sexto passo: integração do novo CFO

O último passo para uma transição sem maiores riscos é promover a integração do novo CFO por meio de um sólido plano de desenvolvimento. Caso o executivo venha de fora da organização, é neste momento que ele deve ser integrado à cultura interna da empresa.

A sucessão do CFO não é apenas uma troca de posições: é uma operação de grande impacto que requer precisão, planejamento e uma visão de longo prazo. Como em uma receita de bolo, há ingredientes e passos indispensáveis, mas é a precisão e o rigor na execução que garantem o resultado final. O triunfo da sucessão do CFO decorre de seguir uma ordem clara de etapas, ajustada às necessidades únicas da empresa, e de preparar o terreno com os elementos certos para que essa transição seja suave, transparente e, acima de tudo, estratégica.

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