1 em cada 3 brasileiros que tiveram Covid ainda apresenta sintomas, aponta pesquisa

O Ministério da Saúde divulgou nesta quarta-feira (18) os resultados da pesquisa Epicovid 2.0. O levantamento, considerado o maior estudo já realizado sobre a Covid-19 no Brasil, revelou que 28% da população foi infectada pelo Sars-CoV-2, totalizando cerca de 60 milhões de pessoas. Entre os infectados, 28,8% relatam ainda sentir sintomas relacionados à doença.

Sintomas da Covid no Brasil

A pesquisa investigou os impactos da pandemia em diferentes aspectos da vida dos brasileiros. Entre os entrevistados, 18,9% afirmaram ter sintomas de Covid longa, enquanto 36,4% relataram sequelas após a infecção. Já 34,9% disseram não ter sintomas prolongados. Os sintomas mais recorrentes foram ansiedade (33,1%), cansaço (25,9%), dificuldade de concentração (16,9%) e perda de memória (12,7%).

Os dados indicaram que mulheres e indígenas foram os grupos mais afetados pela Covid longa. Além disso, 15% das famílias brasileiras relataram ter enfrentado alguma morte em decorrência da doença durante a pandemia.

O estudo mostrou que 90,2% dos brasileiros tomaram pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19. No entanto, apenas 57,6% dos entrevistados disseram confiar nos imunizantes. Por outro lado, 27,3% afirmaram não confiar e 15,1% se declararam indiferentes.

Entre os participantes, 84,6% completaram o esquema vacinal com duas doses. A taxa foi maior entre idosos, mulheres, pessoas com maior escolaridade e aqueles com maior renda. A região Sudeste apresentou os índices mais elevados de vacinação.

Pandemia da Covid-19

A pandemia trouxe consequências significativas para a população. Segundo o levantamento, 21,5% das crianças precisaram interromper os estudos. Quase metade das famílias sofreu redução de renda, e 34,9% das pessoas perderam o emprego.

De acordo com Pedro Hallal, líder da pesquisa, os impactos econômicos e sociais atingiram de forma mais severa as famílias de baixa renda. “A pandemia afetou principalmente pessoas com menor acesso à saúde e oportunidades econômicas”, afirmou.

A pesquisa foi realizada com 33,2 mil pessoas em 133 municípios brasileiros. As entrevistas foram feitas presencialmente, nas residências dos participantes. Os resultados serão publicados nas próximas semanas no International Journal of Infectious Diseases.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou a relevância do estudo. “Possivelmente, este é o maior estudo já feito sobre a Covid-19 no mundo.

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