Mulher é resgatada de trabalho análogo à escravidão em MG

Mais de 130 anos após o fim da escravidão legal no Brasil, diversas casos continuam sendo relatados de pessoas em condições de trabalho parecidas. Uma mulher foi resgatada de uma situação análoga à escravidão no município de Além Paraíba, em Minas Gerais.O resgate, anunciado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) na última sexta-feira (20), foi realizado no dia 2 de dezembro. A operação de resgate da mulher foi feita em colaboração com o Ministério Público do Trabalho e a Polícia Federal. A trabalhadora atuava como empregada doméstica desde 1996 em uma residência no centro de Além Paraíba. Segundo a investigação, ela não recebia salários, férias, 13º salário, nem demais benefícios trabalhistas.Conteúdo relacionadoMaria Padilha ameaça após ser acusada de trabalho escravoMPT processa Volkswagen por trabalho escravo no ParáRock in Rio: trabalhadores estavam em situação de escravidãoA equipe afirma que ela teve a carteira de trabalho assinada em 2009, tendo sido falsamente dispensada em 2015.A manobra foi realizada pouco antes de entrarem em vigor as regras da PEC das Domésticas, que ampliou os direitos da categoria, incluindo o FGTS.Mesmo com a carteira assinada, ela não recebia salários, de acordo com a investigação, e teve apenas cerca de três anos de recolhimentos ao INSS. De 2015 até maio deste ano, permaneceu sem registro e sem contribuição previdenciária.A fiscalização afirma que a trabalhadora não possuía um quarto próprio para dormir e nos últimos três meses acumulava as tarefas domésticas com a obrigação de cuidar de um dos patrões, que estava doente.”A trabalhadora era forçada a dormir no mesmo quarto que o empregador e, em maio deste ano, foi registrada como ‘cuidadora de idosos'”, afirmou a auditora do Trabalho Maurita Sartori.Os pertences da trabalhadora, acumulados ao longo de quase três décadas de serviço, resumiam-se a poucas peças de roupa, produtos de higiene, um cobertor e um espelho.Quer ver mais notícias? Acesse nosso canal no WhatsAppOs auditores determinaram o encerramento imediato do contrato, a regularização do registro da empregada e o pagamento integral dos direitos trabalhistas desde o início da relação de trabalho.O Ministério Público do Trabalho firmou um acordo com os empregadores para o pagamento de uma indenização à trabalhadora. O valor não foi informado.
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