2024: um ano de retomada para o agronegócio

Por Ivan Ramos, diretor executivo FECOAGRO 

Lá se foi mais um ano, e nós aqui “travêis”. Se você pensa que nós fomos embora, nós enganemos vocês; nós fingimos que fomos, mas voltemos, e olha nós aqui outra vez. Essa estrofe de um antigo samba brasileiro, dos Demônios da Garoa, é sugestiva para retratar o que acontece com o setor agropecuário e cooperativista na sua trajetória ano após ano. Para quem vive das atividades no campo, com constante insegurança, é isso que acontece. Altos e baixos: uma gangorra que se repete, mas que, felizmente, na média está na parte alta da balança. O comportamento cíclico do clima, dos mercados e dos governos são os ingredientes que fazem com que o setor agropecuário, a indústria a céu aberto, ora esteja em cima, ora em baixo. No meio, fica pouco. 

Depois de diversas crises no setor, com alterações de políticas públicas; acusações de que o agro é fascista; insegurança jurídica; e mistura de alho com bugalho, isto é, de ideologia com realidade e trabalho sério, felizmente já se enxerga uma luz no fim do túnel para o setor neste final de 2024, e com expectativas melhores para 2025. É bem verdade que nem todas as regiões ou produtores tiveram resultados positivos no ano que está terminando. O sul do país, especialmente o estado gaúcho, foi o mais sacrificado com problemas climáticos, que afetaram o campo e as cidades. Mas, na média do ano, se compararmos com os últimos anos agrícolas, certamente foi, e está sendo, melhor economicamente. Está sendo, porque as safras plantadas agora, que, segundo consta, vão bem, oferecem expectativas positivas de colheitas. Os preços dos insumos caíram, os grãos tiveram valorização, e os governos, mesmo que timidamente, pelo menos não estão atrapalhando a vida do produtor rural, com raras exceções. 

No cooperativismo, segundo manifestações dos últimos encontros de dirigentes, a retomada de resultados tende a ser positiva, pelo menos no ramo agro, e, por consequência, no crédito, gerando otimismo em todo o setor cooperativista. As mudanças na cúpula da entidade maior do sistema, a Ocesc, sem traumas, foi outro acontecimento deste ano no cooperativismo catarinense. Toda mudança planejada gera expectativa positiva, se for atingido o anunciado, pois sangue novo tira da rotina comportamentos introvertidos e, às vezes, viciados. Há grandes expectativas a partir de 2025. 

No caso da Fecoagro, entidade que representamos, o ano também foi de retomada de progresso econômico. Depois de três anos com problemas no mercado de fertilizantes, principal atividade econômica da Fecoagro e suas cooperativas filiadas, o ano se reverteu, embora não como esperado, mas bem melhor do que o mercado em geral nessa atividade. Os pessimistas contumazes e pregadores da desgraça alheia nunca deixam de estar presentes para criticar, mas também foram derrotados nessa área. As perspectivas para 2025 em diante são de avanço ainda maior, salvo se, mais uma vez, o mundo for surpreendido com guerras ou decisões políticas radicais daqueles que não apostam nas gerações futuras, mas apenas olham o seu umbigo no momento. 

Portanto, vamos terminar o ano de 2024 bem melhor do que o anterior, nas cooperativas e no agronegócio. A torcida agora é para que os governos reconheçam um pouco mais a importância do agronegócio e do cooperativismo para o estado e o país. E que lembrem que quem segura a economia é o agronegócio, e que quem mais proporciona inserção social e distribuição de renda justa são as cooperativas. Pense nisso. 

Fonte: Fecoagro 

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