A origem do Natal: como a festa cristã se sobrepôs a tradições pagãs

Desde os evangelhos até os costumes pagãos assimilados pela Igreja Católica, passando pelas tradições da Era Vitoriana britânica, o Natal evoluiu de uma festividade de inverno para uma celebração que, para muitos, combina elementos religiosos com o secularismo contemporâneo.

A data que representa para os cristãos o nascimento de Jesus, o filho de Deus, é comemorada no dia 25 de dezembro, ou no dia 7 de janeiro para os cristãos ortodoxos. 

O Natal é a ocasião em que os cristãos celebram o nascimento de Jesus Cristo. Durante muitos anos após seu nascimento, essa festividade era observada em datas distintas, uma vez que não havia conhecimento sobre a data precisa de seu nascimento. 

Foi apenas no século IV que se fixou a celebração do Natal no dia 25 de dezembro, por meio do Papa Júlio. Além da falta de registros históricos que atestem a data de nascimento de Cristo, uma das razões para a escolha do dia 25 eram as festividades pagãs que costumavam ocorrer nessa data. 

Esse era o período em que os romanos celebravam o solstício de inverno. A festividade era uma homenagem ao Deus Sol e representava o momento em que os romanos imploravam por abundância. Anos depois, o Deus Sol (natalis invicti solis) foi substituído por Mitra, uma divindade da mitologia grega. 

Além dessas práticas, outra festividade que pode ter influenciado a escolha da data do Natal é o Yule ou Jól, uma celebração realizada pelos nórdicos durante a Era Viking, também em homenagem ao solstício de inverno.

Acredita-se que a escolha do dia 25, portanto, era uma forma de conseguir mais adeptos ao cristianismo, utilizando-se de algumas referências dos rituais pagãos.

História do Natal

A origem do nascimento de Jesus é narrada no Novo Testamento da Bíblia, embora as versões nos evangelhos de Mateus e Lucas apresentam algumas diferenças.

Ambas as narrativas concordam que Jesus nasceu de Maria, prometida em casamento a José, um carpinteiro, e afirmam que Maria era virgem no momento da concepção. 

Conforme as narrativas bíblicas, Jesus Cristo veio ao mundo em Belém (Palestina) e era filho de José e Maria. José, um judeu, teve que se deslocar para Belém para participar de um censo promovido pelo Império Romano. 

José e Maria deixaram Nazaré e percorreram 140 km até Belém, seguindo as margens do Rio Jordão. Maria fez a jornada montada em uma mula, pois precisava conservar suas forças para o parto. 

Ao chegarem à cidade, Maria e José não encontraram acomodação na hospedaria, que estava cheia. O casal, então, foi acolhido em uma caverna que servia como estábulo. 

Naquela noite, Maria deu à luz a Jesus Cristo e colocou o recém-nascido em uma manjedoura. Logo após seu nascimento, Maria e José foram visitados pelos Três Reis Magos – Melchior, Baltazar e Gaspar. 

De acordo com as narrativas bíblicas, os Reis Magos foram guiados pela Estrela de Belém até o local do nascimento e trouxeram como presentes à família ouro, mirra e incenso.

O Natal hoje 

Para um grande número de pessoas, o Natal se transformou em uma celebração secular, focada na união familiar e na troca de presentes. Enquanto, em épocas passadas, a Igreja se preocupava com a influência pagã sobre essa festividade cristã, hoje as principais inquietações giram em torno do consumismo e dos excessos que caracterizam as celebrações de fim de ano.

A celebração é marcada pela troca de presentes e cartões, ceia de natal, músicas natalinas, decorações festivas como árvores de natal, pisca-piscas, guirlandas e o Papai Noel.

A árvore de Natal é um dos símbolos mais populares do Natal. Existem muitas versões da ligação da árvore com o Natal. Um deles é um triângulo de pinheiros que representa a Trindade. O costume de trazer árvores para a decoração de interiores remonta à antiguidade, mas foi adotado pelos cristãos por volta de 1500, por Martinho Lutero. 

Na América Latina, esta tradição só começou no século XX. Atualmente, as árvores são naturais ou artificiais e muitas vezes decoradas com bolas coloridas, luzes e estrelas.

Já o Papai Noel é um dos símbolos mais importantes do Natal. Foi inspirado em São Nicolau, o bispo que ajudava os pobres e foi canonizado pela Igreja Católica. A primeira imagem do bom velhinho foi pintada pelo alemão Thomas Nast no final do século XIX. A pintura inspirou o designer Haddon Sundblom, que criou o Papai Noel para os anúncios da Coca-Cola. As propagandas do refrigerante foram responsáveis por popularizar a imagem do Papai Noel como conhecemos hoje. 

Por fim, as ceias que hoje costumam ser realizadas na noite do dia 24 de dezembro, são uma das ocasiões mais importantes para a reunião das famílias cristãs.

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