Brain Rot: é hora de olhar para tudo isso de um jeito diferente

Você já parou para pensar no que acontece com a sua mente depois de horas rolando o feed nas redes sociais? Não estou falando apenas do cansaço mental, mas daquela sensação de que, apesar de estar “consumindo conteúdo”, você não absorveu nada realmente relevante. Sabe quando parece que seu cérebro está cansado, sem energia, mas você não consegue exatamente dizer o motivo? A resposta pode estar no que chamam de brain rot.

O termo foi eleito a palavra do ano de 2024 pelo Dicionário Oxford, e é curioso perceber como ele está tão presente na nossa rotina. Brain rot – ou “podridão cerebral” – descreve o desgaste mental causado pelo consumo excessivo de conteúdos de baixa qualidade, especialmente nas redes sociais. Isso mesmo, aquelas horas jogadas em vídeos curtos, memes e posts rápidos que, no fundo, não desafiam nem um pouco a nossa capacidade de pensar. E o pior é que, por mais que isso seja algo que todos nós já sentimos, poucos paramos para refletir sobre o impacto disso na nossa saúde mental.

Talvez seja a hora de olhar para tudo isso de um jeito diferente. O que estamos fazendo com o nosso tempo? Está tudo bem em passar algumas horas em entretenimento, mas será que estamos conscientes do quanto isso tem afetado a nossa atenção, criatividade e até a nossa produtividade?

O problema não está no uso das redes sociais em si. O verdadeiro desafio está em como usamos esse tempo. De repente, a quantidade de conteúdo disponível se torna um fardo. De um lado, temos informações infinitas ao alcance de um clique. Do outro, temos uma mente que se cansa ao processar tudo isso e começa a entrar em modo “piloto automático”. E é aí que o brain rot entra em cena. A mente começa a perder o foco, e o pior, não sabemos nem como voltar para a “normalidade”.

E se isso fosse só um exagero? Bem, os estudos estão aí para provar o contrário. A “podridão cerebral” não é apenas um termo usado em tom de brincadeira. Ela tem impacto real. Psicólogos, psiquiatras e especialistas em saúde mental já perceberam que esse consumo excessivo de conteúdo raso contribui para uma queda na capacidade de atenção, prejudica a memória e até afeta a nossa saúde emocional. Já percebeu que, depois de uma maratona de vídeos de 10 segundos, fica mais difícil se concentrar em uma tarefa realmente importante? Pois é, o cérebro vai se acostumando com esses estímulos rápidos e superficiais, e tudo o que é mais complexo começa a parecer mais difícil.

Agora, você pode estar se perguntando: “Ok, mas o que eu posso fazer sobre isso?” Bem, eu também me fiz essa pergunta. Em um mundo onde a distração está em cada canto, o primeiro passo é perceber. Perceber que você está deixando sua mente se consumir com esse tipo de conteúdo. Perceber que, por mais divertido que seja, esse tipo de atividade não vai te levar a nenhum lugar. Não vai melhorar sua capacidade de resolver problemas, não vai aumentar sua criatividade, não vai te ajudar a alcançar seus objetivos. E o mais importante: não vai te deixar mais feliz.

Agora, talvez você pense que isso é apenas uma questão de autocontrole, mas vou te dizer que não é tão simples assim. As redes sociais foram estruturadas para prender a nossa atenção. Cada notificação, cada vídeo recomendado, cada post sugerido é feito para nos manter na plataforma. Eles sabem como capturar a nossa atenção. E a questão é que não se trata apenas de como somos influenciados pelas plataformas, mas de como nos deixamos ser influenciados. O comportamento de consumo está em nossas mãos, e entender isso é o primeiro passo para mudar.

A grande chave aqui é não se deixar levar. Não é sobre jogar tudo fora e sair correndo para se desconectar do mundo digital. Não é sobre abandonar a tecnologia. Mas é sobre como usamos essa tecnologia. É sobre fazer escolhas conscientes. Pode ser mais difícil, mas é a única maneira de reverter o desgaste mental que estamos vivendo.

Você já parou para pensar no quanto o consumo de conteúdo trivial tem tirado sua energia? Quantos minutos, horas, ou até dias estamos deixando passar em algo que não nos faz crescer de verdade? Vamos admitir: quando passamos uma tarde inteira rolando o feed, com certeza sentimos o cansaço mental no final. Mas também, será que isso não é só uma fuga? Uma forma de preencher o vazio que nos acomete em momentos de inatividade ou até de desmotivação?

O ponto não é dizer “não” para tudo, mas refletir: o que realmente faz sentido para mim? Será que os memes que consumimos o dia inteiro vão nos trazer algo de valioso no longo prazo? Ou será que está na hora de investir em algo que realmente desafie a nossa mente, que nos faça crescer, nos abra novos horizontes e, quem sabe, até nos ajude a encontrar novos sentidos para nossas atividades diárias?

Eu sei, a tentação é grande. E é difícil resistir. Mas vamos lá, e se a gente tentasse algo novo esse ano? Que tal começar com uma pequena mudança? Ao invés de dar aquele scroll infinito nas redes sociais, que tal reservar 20 minutos para ler um artigo interessante, um capítulo de um livro ou ouvir um podcast que realmente traga algo novo para a sua vida? Pode parecer um pequeno passo, mas é um passo significativo para começar a combater o brain rot.

Eu, pessoalmente, tento me desafiar cada vez mais. Tento encontrar tempo para me dedicar a algo que vá além do trivial, mesmo que seja apenas por alguns minutos por dia. Às vezes, é difícil. O tempo é curto, e as distrações estão sempre à espreita. Mas sei que, ao investir um pouco da minha atenção e da minha energia em algo que realmente me desafia, estou fazendo algo por mim mesma. Estou evitando que minha mente caia na armadilha do brain rot.

Então, que tal começar 2025 com essa reflexão? Parar para pensar no que você realmente está consumindo, como está gastando o seu tempo, e se isso está te levando para onde você quer. O ano mal começou, e a jornada está só começando. Vamos tomar as rédeas da nossa atenção e fazer dela nossa aliada?

O que você consome define quem você se torna. E, no final das contas, é isso que vai fazer a diferença.

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