Goiânia retoma fiscalização eletrônica após seis meses sem radares

Desde o dia 14 de junho de 2024, os radares semafóricos de Goiânia estão desligados, o que gerou um longo período de inatividade da fiscalização eletrônica na cidade. A interrupção foi motivada por um impasse com a empresa Eliseu Kopp, que era responsável pela operação dos equipamentos desde 2017. 

A empresa suspendeu os serviços devido a atrasos nos pagamentos por parte da Prefeitura de Goiânia e à suspensão unilateral do contrato, que deveria ter sido finalizado dois dias depois, em 16 de junho. A ausência dos radares trouxe um aumento no desrespeito às normas de trânsito, como avanço de sinal vermelho e excesso de velocidade, o que afetou diretamente a segurança nas ruas da capital.

Agora, após mais de seis meses sem a fiscalização eletrônica, a Prefeitura de Goiânia iniciou o processo licitatório para a instalação de novos radares, com a expectativa de que o sistema volte a funcionar a partir de janeiro de 2025. O processo foi aberto no dia 26 de outubro e está em sua fase final.

A escolha das empresas responsáveis pela implantação dos novos equipamentos foi concluída com a participação de consórcios especializados em fiscalização eletrônica. As propostas passaram por uma análise criteriosa, e os consórcios classificados agora realizam os testes finais dos equipamentos.

A licitação foi dividida em três lotes, cada um cobrindo uma área diferente da cidade. O Lote 1, que abrange a região sul de Goiânia, e o Lote 3, que trata da criação de uma central de controle para monitoramento de todos os radares, foram vencidos pelo Consórcio Anhanguera. 

Já o Lote 2, responsável pela fiscalização da região norte da cidade, foi conquistado pelo Consórcio Fiscaliza Gyn. Ambas as empresas realizaram os testes dos equipamentos entre os dias 25 e 27 de novembro de 2024, com o objetivo de avaliar a capacidade técnica e funcionalidade dos novos radares.

O Consórcio Anhanguera, formado por empresas como Labor Engenharia, Focalle Engenharia Viária e Mobilis Tecnologia, ficará responsável pela instalação e operação dos radares na região sul da cidade, com destaque para a Avenida Guarapari, no Jardim Atlântico, onde será instalado um radar misto, que fiscaliza a velocidade, o avanço de semáforo, a invasão de faixa de pedestres e a faixa de retenção. Também será instalada uma lombada eletrônica na Avenida Laguna, no Parque Amazônia, para monitoramento de velocidade.

Na região norte da capital, o Consórcio Fiscaliza Gyn, composto pelas empresas Velsis Sistemas, de Curitiba, e Sigvias Instalações, de Goiânia, ficará responsável pela instalação de radares portáteis estáticos. Os testes dessa parte do processo ocorreram na Avenida Perimetral Norte, no Setor Cândida de Moraes, e na Avenida Esperança, na Vila Itatiaia.

Além da instalação de radares fixos e portáteis, o Lote 3, que abrange a central de controle, também ficará sob responsabilidade do Consórcio Anhanguera. A central terá a função de monitorar todos os radares da cidade de Goiânia, garantindo que o sistema de fiscalização funcione de maneira integrada e eficiente.

Para o especialista em mobilidade Marcos Rothen, a retomada da fiscalização eletrônica é um passo importante para a segurança no trânsito da cidade. “Embora a fiscalização eletrônica ajude a controlar o tráfego em muitos pontos críticos, ela não resolve todos os problemas. A Prefeitura precisa combinar essa fiscalização com o aumento da presença de agentes de trânsito nas ruas”, explica. 

Segundo o especialista, a ausência dos radares nos últimos meses resultou em um aumento da imprudência dos motoristas. “Em avenidas, foi observado um aumento na velocidade e no desrespeito aos sinais vermelhos. Antes, os motoristas respeitavam mais o vermelho quando havia fiscalização. Agora, muitos aceleram ao ver o sinal amarelo, ultrapassando o vermelho”, alerta.

Rothen também observa que, embora não seja possível mensurar com precisão o aumento de acidentes, a ausência de fiscalização eletrônica durante esses meses na cidade de Goiânia deu margem para uma maior liberdade nas infrações, o que elevou o risco de acidentes. Ele ressalta que a engenharia de tráfego busca a eliminação de riscos, mas alerta que a falta de fiscalização de motoristas alcoolizados e outros fatores também desempenham um papel importante nesse cenário.

Fiscalização eletrônica promete reduzir 30% das infrações

A nova gestão de Goiânia, sob a liderança do prefeito Sandro Mabel (UB), terá pela frente um desafio significativo em diversas áreas, mas, especialmente, no trânsito. A cidade passou por mais de seis meses sem a devida fiscalização eletrônica, o que gerou um aumento na imprudência dos motoristas e trouxe grandes danos à segurança no trânsito. A retomada dos radares, agora com a conclusão do processo licitatório, é uma medida necessária para restaurar a ordem e controlar o aumento das infrações.

O especialista Marcos Rothen destaca que, além da instalação dos novos radares, é essencial que a Prefeitura invista também na melhoria das condições de trabalho para os agentes de trânsito. “É preciso ter uma fiscalização eficaz em todas as frentes, com um maior número de agentes de trânsito nas ruas. A presença física dos agentes é importante para complementar o trabalho dos radares”, enfatiza.

Para a gestão de Sandro Mabel, o retorno da fiscalização eletrônica em Goiânia será apenas uma parte da solução. A Prefeitura precisará também garantir que o contrato com as empresas contratadas seja cumprido integralmente, sem novos atrasos ou falhas no pagamento, o que afetou a continuidade da fiscalização no passado.

Com a licitação concluída e os testes dos equipamentos em andamento, os motoristas de Goiânia devem se preparar para um retorno imediato da fiscalização eletrônica, que, junto com a presença de agentes de trânsito, promete aumentar a segurança nas vias da cidade e reduzir as infrações. A implementação bem-sucedida dos novos radares será um desafio para a nova administração.

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