FPF explica polêmica de estrangeiros no futebol paraense: “Dentro da legalidade”

Após a Federação Paraense de Futebol (FPF) ampliar de cinco para nove o número de estrangeiros que podem ser relacionados para as partidas do Campeonato Paraense, um grande debate surgiu entre os clubes que disputarão a competição.Após isso, o Santa Rosa entrou com um processo no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-PA) para reverter a decisão. O Bragantino seria outro clube a seguir a mesma linha. Ambos os times informaram que o Clube do Remo encabeçaria a ação.Conteúdo Relacionado:FPF amplia número de estrangeiros que podem ser relacionadosParazão: clubes entram no TJD contra aumento de estrangeirosA reportagem do DOL conversou com o Diretor Jurídico da FPF, André Cavalcante, que explicou como e porque as decisões foram tomadas pela Federação. Segundo ele, houve um pedido do Paysandu – que conta com seis estrangeiros no elenco – e que tudo está dentro da legalidade.”Toda competição profissional possui, basicamente, dois regulamentos. Um é o Regulamento Específico da Competição (REC), que rege a competição em si, e tem o Regulamento Gerais da Competição (RGC) da Federação, que rege todas as competições dela, tanto profissionais quanto amadoras. Então, enquanto a primeira é discutida nos conselhos arbitrais, o RGC tem uma discussão exclusiva pela Federação, ou seja, é a Federação que determina as questões administrativas. Esse tema do número de estrangeiros já está há alguns anos no RGC e não no REC das competições. Se está no RGC, a competência é da Federação. Um dos clubes filiados, o Paysandu Sport Club, fez uma solicitação de ajuste. Por quê? Porque o RGC da CBF prevê o número de nove estrangeiros em cada competição. Então, entendendo que para uma preparação plena para a disputa do Campeonato Brasileiro da Série B, seria necessário que aqui tivesse a mesma regra, pois essa é a intenção do clube, que é manter os atletas para a Série B. E a Federação, como tem a missão de ajudar seus filiados, inclusive na preparação para as competições nacionais, entendeu por bem acatar o pedido a partir de uma série de critérios, entre eles de ainda não ter iniciado nem uma competição profissional, inclusive a decisão foi antes da Supercopa Grão-Pará. E aí, você pode irradiar essa decisão para todas as competições e, em segundo, por entender que precisávamos adequar o RGC da Federação Paraense de Futebol com o RGC da CBF, para propiciar uma preparação plena do nosso filiado”, explicou.

Atualmente, o Papão conta com Yeferson Quintana (Uruguai), Joseph Espinoza (Equador), Ramón Martínez (Paraguai), Pedro Delvalle (Paraguai), Matías Cavalleri (Chile), Benjamín Borasi (Argetina) no elenco.”Pode-se dizer que qualquer clube pode ter nove estrangeiros no elenco. O Remo, Tuna Luso, Águia, todos podem ter, pois irão disputar as competições nacionais. Além disso, é preciso entender que essa decisão valoriza o campeonato, aprimora a parte técnica, pois essa é a finalidade da Federação. Por exemplo, no Campeonato Carioca, enquanto todos brigam, onde há cláusula específica que os clubes são obrigados a utilizar os times completos a partir da quinta rodada, aqui no Pará brigamos para que os clubes utilizem força máxima o tempo todo. Isso é atraente para a competição, para os patrocinadores, para a audiência e, principalmente, vai propiciar uma preparação plena dos nossos filiados”, ressaltou.

“Então, a Federação Paraense fez um parecer neste sentido, o presidente (Ricardo Gluck Paul) acatou o parecer. É uma decisão do presidente da Federação a partir de um parecer exarado pela assessoria jurídica, onde, no caso, fui eu que assinei. Então, entendemos que isso está dentro da legalidade. Logicamente, toda decisão ela agrada alguns e desagrada outros. Isso é normal. A gente prega na Federação pelo exercício pleno dos direitos. Se algum clube quiser questionar, vai questionar no âmbito legal, no caso, na justiça desportiva. Vemos isso como normal. Esperamos cada vez mais aprimorar o campeonato. Lembrando, se os clubes e isso já é uma determinação do presidente, entenderem que essa disposição precisa ir para o REC, não tem problema algum. Ano que vem colocaremos no REC e abriremos uma nova forma de discussão. Só que esse ano, era uma competência exclusiva da Federação”, concluiu.

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