Com o embate de Érika e Nikolas nas redes, quem ganha é a direita moderada

Pelo menos desde a eleição de Jair Bolsonaro, em 2026, é mais perceptível a polarização entre esquerda e direita no Brasil. E isso parece ter ganhado mais fôlego após o episódio envolvendo a revogação da nova regra da Receita Federal sobre o monitoramento de transações via Pix.

A medida, que estava em vigor desde o início do ano, ampliava as informações que instituições financeiras precisariam fornecer à Receita Federal sobre transações superiores a R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para pessoas jurídicas – movimentações acima de R$ 2 mil e R$ 6 mil, respectivamente, já vigoravam no país. No entanto, a medida gerou confusão, e o governo Lula se viu forçado a recuar após um vídeo viral do deputado bolsonarista Nikolas Ferreira (PL), que sugeriu que a mudança teria como objetivo a taxação do Pix.

O que aconteceu

O deputado Nikolas, no vídeo, fez uma série de especulações que rapidamente ganharam força nas redes sociais. Ele afirmou que, embora as novas regras não taxavam o Pix, não duvidava que isso pudesse acontecer no futuro. “A comprinha da China não seria taxada, mas foi. Não duvido que o Pix seja também”, declarou, associando a medida a uma suposta intenção do governo Lula em arrecadar mais impostos do cidadão comum.

Leia mais:  Mabel tem primeiro embate com a Câmara após 17 dias de mandato

A resposta, por parte da esquerda, veio da deputada trans Érika Hilton (PSOL), que publicou um vídeo rebatendo as acusações de Nikolas. A parlamentar ressaltou que a proposta da Receita Federal não tinha a ver com taxação, mas sim com o monitoramento de grandes movimentações financeiras para combater a sonegação fiscal. Segundo a deputada, a desinformação e os ataques políticos estavam criando um clima de medo na população, e ela destacou que o governo nunca defendeu a taxação do Pix, como foi insinuado por Nikolas.

O que chama a atenção é o engajamento massivo nas redes sociais sobre o episódio. O vídeo de Nikolas acumulou mais de 322 milhões de visualizações no Instagram até o final desta segunda-feira (20), enquanto o de Érika Hilton teve 101 milhões. O assunto chegou a ser um dos mais comentados na internet.

Sinal verde para a direita moderada

A repercussão de disputas como essa levanta uma questão importante: qual o impacto real dessa polarização na vida da população? A verdade é que, apesar das batalhas ideológicas nas redes, o cotidiano da maioria dos brasileiros segue inalterado. E, embora o cenário político continue dividido entre direita e esquerda, o eleitor médio brasileiro já não vê nos extremos uma opção, mas apenas uma cortina de fumaça sobre questões realmente caras – saúde, educação, segurança e economia.

Nesse contexto de desilusão, é a direita mais moderada que deve se beneficiar em 2026. Nomes como os governadores Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás; Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais e Ratinho Jr. (PSD), do Paraná despontam como fortes candidatos à presidência da República.

E a possível fusão entre PSD e PSDB também pode fortalecer ainda mais essa direita moderada, principalmente na corrida pelo Palácio das Esmeraldas. Daniel Vilela (MDB) e Marconi Perillo (PSDB) devem ser os privilegiados nessa mudança de perspectiva por parte do eleitorado. Já a terceira via, o bolsonarista Wilder Moraes deve levar consigo para a campanha o discurso de seus correligionários. enquanto a esquerda – essa ainda não tem nenhum nome relevante para a disputa.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.