Lula alinha direção ministerial para 2025

Na última segunda-feira (20), o presidente da república Luiz Inácio Lula (20) reuniu com líderes das pastas na casa de campo da presidência de Granja do Torto para alinhar como ministros o papel do executivo em 2025. A reunião ocorreu a menos de uma semana da troca de Paulo Pimenta por Sidônio Palmeira na Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom). A reunião também ocorreu poucos dias antes da volta dos exercícios parlamentares  e uma semana depois da polêmica do pix nas redes sociais.  

Durante a fala de abertura que foi transmitida ao vivo, Lula reforçou que os trabalhos do não param em 2025 e que devem aumentar a marcha em meio a chegada do ano eleitoral de 2026. Sobre isso, Lula também reforçou que a oposição já atua em ritmo de eleição nas redes sociais, mas que o governo ainda não pode entrar em sintonia e defende o trabalho duro como resposta. “Nós não podemos antecipar a campanha porque nós temos que trabalhar e uma antecipação da campanha para nós é trabalhar, trabalhar, e entregar para o povo aquilo que ele precisa”, afirma. 

Por outro lado, não esperou muito para relembrar as invasões da Praça dos Três Poderes das manifestações golpistas de 8 de janeiro de 2023 e relembrou as políticas “horríveis do antecessor”. “Todos nós aqui sabemos que nós precisamos fazer com que esse país volte a ter uma democracia plena. Todos nós sabemos o que foi o 8 de Janeiro na nossa cabeça e o que poderia ter acontecido neste país se o 8 de Janeiro tivesse dado certo.”

Uma das mudanças que definiu a reunião é um foco na comunicação interna do governo petista para alinhar possíveis mudanças que gerem desgaste político a Lula, muito pelo avanço da direita nas redes sociais com os ataques da fiscalização monetária. Por causa disso, em tom de bronca, Lula impôs que as pastas agora devem consultar a Casa Civil e a presidência sobre as portarias para blindar Lula de futuros avanços da direita. 

Além disso, a fala de Lula também veio em meio a pressão política para possíveis trocas de cargos por políticos aliados ao partido petista. Uma das siglas que liderou esta articulação é o PP do presidente da Câmara Arthur Lira (AL) que discute possíveis comandos nas pastas do governo. Sobre isso, o próprio Rui Costa já havia sinalizado que possíveis mudanças ministeriais estariam pela frente. Entre as possíveis trocas há destaque no: Ministério da Saúde; Justiça; Agricultura; Defesa; Minas e Energia e na Secretaria de Relações Institucionais. 

Vale lembrar que o PP é um dos partidos do Centrão que hoje faz parte do governo e deve se manter assim até 2026. Como informou O HOJE anteriormente, o PP busca mais alianças e uma possível federação com outros partidos da base, o que pode fortalecer a legenda no cenário político junto ao Republicanos e o União Brasil. Apesar disso, alguns petistas enxergam esse diálogo como uma “aliança profana” que pode vir a ser uma “armadilha” para o governo. 

Contudo, analistas preveem que esta possível troca só ocorra depois das eleições da Câmara dos Deputados e do Senado que estão previstas para ocorrer no início de 2025. Outros partidos que atualmente compõem o centro, como MDB e PSD, podem também disputar cargos nos ministérios.

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