Defensoria investiga preços abusivos em estádios do Pará

Os dirigentes costumam dizer que futebol é caro, que não é fácil fazer futebol sem dinheiro — e eles estão certos. Manter a estrutura de um clube, desde a formação de elenco até a logística de jogos e treinos, exige investimentos robustos.No entanto, é preciso que os olhos também se voltem ao torcedor. Se não é fácil fazer futebol, também não é fácil assistir. Os custos para acompanhar os jogos, especialmente para quem vai com a família, podem ser bastante elevados.Leia Mais:Clássico entre Remo e Paysandu pelo Parazão terá nova dataDefensoria e FPF se unem contra o preconceito nos estádiosIngressos ou pagamento do sócio-torcedor, locomoção, estacionamento, água, o tradicional churrasquinho de gato, uma cerveja geladinha ou um refrigerante para refrescar o calor, tudo isso é a rotina do torcedor paraense em dias de jogos.Com o início do Campeonato Paraense, mais especificamente no jogo entre Paysandu e Capitão Poço, na Curuzu, torcedores relataram que um copo de água de 200ml estava sendo vendido pelos ambulantes no valor de R$ 10, o que ligou um alerta na Defensoria Pública do Estado do Pará (DPE-PA).

Gente, na boa, dez reais esse copinho com água nos campos de futebol do Pará tá um pouco demais né?! pic.twitter.com/vvLHxQ1TZ2— Michel Pinho (@michelpinho) January 19, 2025Devido a isso, foi instaurado pelo DPE-PA, através do Núcleo de Defesa do Consumidor (Nudecon), um procedimento administrativo para investigar possíveis violações aos direitos dos consumidores em estádios de futebol no estado. A ação da Defensoria Pública do Pará foca especialmente na prática de aumento injustificado nos preços, conforme estabelece o Código de Defesa do Consumidor (CDC). A decisão apura se a cobrança configura uma “vantagem manifestamente excessiva” para os fornecedores, o que é proibido.O levantamento será feito através da análise das práticas comerciais dos clubes e das empresas responsáveis pela gestão dos estádios. A ideia é fazer valer a lei e buscar transparência e a razoabilidade nos preços cobrados dentro dos estádios.Segundo a legislação brasileira, as entidades responsáveis pelos jogos, ou seja, os clubes, devem garantir condições adequadas aos consumidores, neste caso, os torcedores. Cássio Bitar, coordenador do Núcleo de Defesa do Consumidor, fala sobre o assunto.“Nós vamos começar a notificar clubes, a Federação e a Secretaria de Estado de Esporte e Lazer, visando coletar informações, coletar dados para, a partir dessa reunião de dados, dar os encaminhamentos necessários. Os encaminhamentos podem ir desde recomendações, ajustamentos de condutas ou, caso de estar comprovada a materialização da violação e a respectiva responsabilidade, o ajuizamento de uma ação coletiva”, destacou.

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