Sua empresa infelizmente não atingirá suas metas esse ano

Você provavelmente está empolgado por ter criado ótimas e audaciosas metas para a sua empresa em 2025. Mas, infelizmente, não pensou que 74% das empresas não atingem as suas metas anuais.

Ou seja, fico feliz com o seu entusiasmo de dobrar o faturamento esse ano. Mas, estatisticamente, o título desse artigo será verdadeiro para ¾ dos leitores.

Na sexta-feira dia 10 de janeiro aconteceu o “quitter’s day”, ou dia dos desistentes, o dia de maior desistência das resoluções de final de ano. 

Quem prometeu perder peso, já manda um “sextou” e empurra essa meta para 2026. Quem jurou que ia para academia pagou um plano anual que agora virou uma doação rechonchuda para o empresário da academia.

E muito rapidamente 2025 vira 2024 2a edição. E 2024 já era 2022 3a edição, e assim por diante. E assim desperdiçamos mais um ciclo que poderia ser de evolução e crescimento em tudo que importa de verdade. Na vida pessoal e empresarial.

Já pensou que a capacidade de atingir metas é um comportamento pessoal? Uma atitude que não tem apenas a ver com o trabalho?

Na verdade tem mais a ver com aspectos humanos, como disciplina, planejamento e consistência. No trabalho só executamos essas habilidades que desenvolvemos ou não ao longo da vida.

Temos uma sociedade com baixíssima capacidade de bater metas individuais.

  • Saúde financeira: 76% das famílias estão endividadas (Exame) 
  • Saúde mental: apenas 5% das pessoas fazem terapia (Assoc. Médica Brasileira)
  • Atividade física: 60% dos adultos são sedentários (OMS)

Essas são as mesmas pessoas que, vestidas de branco e segurando um espumante, prometeram que iriam gastar menos, cuidar mais da saúde mental e se exercitar mais no ano seguinte.

Se você quiser criar um time de alta performance, que supere metas, você precisa criar uma cultura de alta performance.

Buscar pessoas que não vejam a meta como apenas uma referência de para onde ir, mas como algo que coordena todas as suas ações, pensamentos, criatividade e energia diariamente.

Para todo bom batedor de metas, algum nível de obsessão precisa existir. O contrário, entretanto, é o mais comum: a indiferença. “Se der, legal. Mas se não der, ok também”.

Os melhores profissionais que conheço só “sossegam” quando deixaram as suas metas no bolso. Ocasionalmente eles também são assim com as suas metas pessoais.

As metas são compromissos pessoais para eles.

Em síntese, existem dois tipos de pessoas:

  1. Que as metas mudam as suas atitudes, rotinas e processos;
  2. Que mantém as suas atitudes, rotinas e processos e esperam o milagre da meta.

As relações com o esporte são muito evidentes. É como um atleta que ficou em 4o lugar no último campeonato querer ser campeão na próxima edição e não buscar se preparar melhor.

Não quero dizer que apenas atletas são “top performers”, apesar de ver uma correlação muito forte com performance no esporte e performance no trabalho.

Todos possuem áreas na vida que precisam melhorar. Todos tem uma meta possível, de ser um pouco melhor em algo na próxima semana.

  • Um sedentário pode ter a meta de fazer uma aula de natação na próxima semana
  • Uma pessoa ansiosa pode ter a meta de fazer uma sessão de yoga ou meditação
  • Uma pessoa apaixonada por música pode objetivar fazer uma aula de violão

E a partir dessa meta atingida, vão criando novas metas mais audaciosas, usando da confiança de estarem conseguindo realizar o plano.

Alguns anos atrás um ex-VP de RH do Google me explicou que eles buscavam nas entrevistas de seleção pessoas que tivessem feitos extraordinários além do trabalho:

  • Grande musicista na adolescência
  • Poliglota por opção
  • Ex-atletas de alta performance
  • Vencedores de olimpíadas escolares
  • Filantropos por opção, que viajavam a locais de extrema pobreza para ajudar

Foi quando entendi que as principais atitudes que exigimos no ambiente de trabalho são, na verdade, construídas fora dele.

A capacidade que temos como líderes de desenvolver atitudes é limitada se as pessoas não carregam essa intenção. Mas é possível.

Uma cultura de alta performance irradia para pessoas que tinham essas atitudes adormecidas.

Tendo acompanhado centenas de empresas que implementaram e melhoraram programas e benefícios de atividade física e saúde mental através da GoGood pudemos ver que mais de 70% dos colaboradores que utilizam os benefícios não tinham esse hábito anteriormente.

São pessoas que estavam há anos sedentárias e voltaram para as suas práticas, agora com mais disciplina; pessoas que queriam há anos fazer terapia e não conseguiam priorizar, e hoje não vivem mais sem.

Portanto, se queremos estar entre as 26% das empresas que atingem ou superam as suas metas, precisamos ter as pessoas que sejam comprometidas de verdade com o atingimento delas, e desenvolver a Cultura Organizacional de alta performance, dentro e fora do trabalho.

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