Nova comunicação do Governo Lula apresenta melhora inicial, diz especialista

Dentro dos apoiadores à esquerda, um ataque recorrentemente ventilado ao Governo Lula (PT) é comunicação antiquada e reativa, incapaz de resolver as crises e abrir brechas para a retórica da oposição. Talvez o maior exemplo observável foi a polêmica do pix que trouxe à tona os gargalos da comunicação governamental, como divulgou anteriormente o Jornal O HOJE. 

Por isso, não é surpresa que o mandatário tenha avançado na modernização da comunicação, ainda mais com a entrada do novo ministro Sidônio Palmeira na Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom). Entre um dos novos avanços do titular está a entrada da presidência em novas plataformas de redes sociais como o TikTok. Em um novo formato, Palmeira tenta modernizar a força a percepção do mandatário nas redes com cortes rápidos, linguagem informal e edição de áudio similares as algumas celebridades da plataforma. 

Sobre isso, o cientista político Luiz Signates afirma que era uma questão de tempo até que o governo se adaptasse a um novo modelo comunicacional. Sobretudo com os investimentos de grupos da extrema-direita na comunicação das redes sociais, como na eleição de Bolsonaro em 2018 e as duas eleições de Donald Trump nos Estados Unidos da América. Apesar disso, afirma que as atuais mudanças estão em estágio inicial sob o comando do novo ministro. 

“Olha o governo Lula a enfim descobriu que a comunicação não pode ser tratada como um apêndice de um governo depois da internet. … Especialmente nos ambientes Democráticos em que as administrações públicas precisam dar o teste nas urnas junto ao ânimo da população. Essa mesma população que hoje sofre a influência dessas redes sociais e de tudo que circula nela.” 

Outro ponto positivo levantado pelo especialista é a proatividade da transmissão da informação para a população através dos meios de comunicação. Apesar desse ânimo, Signates afirma preocupação diante a moderação das redes sociais pois relata que não há como prever as mentiras e as fake-news. Nestes casos, declara que a comunicação volta à reatividade, mas que essa tem de ser “rápidas e precisas, caso contrário elas emitem a sensação de que o governo tá tropeçando nas próprias pernas de que o governo tá entrando em contradição”. 

Além dessa comunicação governamental, a interlocução interna também foi alvo de críticas e até de “broncas” do próprio petista na reunião ministerial da última semana. Como medida inicial aponta que as novas portarias do governo devem ser informadas diretamente à Casa Civil a mando de Rui Costa. O objetivo, apontado pelo titular em entrevista, é blindar o governo federal de possíveis medidas que sejam contra os planos políticos de Lula para a reeleição em 2026.

Por outro lado, bastidores apontam que a comunicação interna da União com os próprios ministérios também sofrem gargalos, o que causa uma avaliação negativa das pastas pelo mandatário. Por causa disso, é prevista uma troca em ministérios para siglas alinhadas na base como o PP e o União Brasil logo após as eleições no Congresso Nacional no início de fevereiro. A partir disso, o titular da Casa Civil afirma que terá mais “centralidade” nos anúncios do governo. “Até porque o ministro Sidônio corretamente diz que é preciso, nesse mundo de alta velocidade da comunicação, que a informação organizada chegue primeiro à população, antes de chegar a mentira, antes de chegar a desinformação”. 

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