Mulher que matou marido com facada é solta após alegar legítima defesa e relatar anos de agressão

Uma mulher de 44 anos, que matou o marido de 42 com um golpe de faca, no último domingo (26), na Colônia Agrícola 26 de Setembro, no Distrito Federal, teve a liberdade provisória concedida pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). Após passar por audiência de custódia na segunda-feira (27), ela foi liberada para responder ao processo em liberdade.

A decisão foi tomada pela juíza do Tribunal do Júri de Taguatinga, que considerou que a mulher não possuía antecedentes criminais e era vítima de violência doméstica praticada pelo marido. A magistrada entendeu que não havia elementos suficientes para justificar a prisão preventiva da acusada.

Alegação de legítima defesa

Em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), a mulher afirmou que agiu em legítima defesa após ser agredida pelo marido. Segundo o relato, na manhã do crime, Carlos Roberto Santos a acordou com insultos como “puta”, “rapariga” e “prostituta”. Em seguida, ele teria arremessado um armário nela e tomado um cabo de vassoura que ela usava para se defender, passando a golpeá-la nas costas.

Diante das agressões, a mulher disse que pegou uma faca e desferiu um único golpe no lado direito do tórax de Carlos. Após a facada, o homem se sentou enquanto a mulher correu para a rua, pedindo ajuda aos vizinhos e solicitando uma ambulância.

Enquanto aguardava o socorro médico, a autora afirmou ter tentado fazer massagem cardíaca no marido, que, segundo ela, pediu que não o deixasse morrer. No entanto, quando a equipe de emergência chegou ao local, Carlos já estava sem vida.

Histórico de violência doméstica

A mulher revelou que conviveu com agressões durante os sete anos em que foi casada com Carlos. Ela relatou que era frequentemente vítima de socos, puxões de cabelo e xingamentos, especialmente em momentos de crise de ciúmes do companheiro.

O casal teve dois filhos, que já faleceram. As circunstâncias das mortes, no entanto, não foram detalhadas pelas autoridades ou pela acusada.

Decisão judicial

A decisão de conceder liberdade provisória à mulher foi embasada no histórico de violência doméstica relatado pela acusada e na ausência de antecedentes criminais. A juíza considerou que o contexto apresentado não configurava a necessidade de mantê-la presa durante o andamento do processo.

A mulher irá responder pelo crime em liberdade, enquanto a investigação segue conduzida pela PCDF, que busca esclarecer as circunstâncias do caso.

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