O primeiro mês da gestão de Sandro Mabel

O primeiro mês dos quatro anos de gestão do prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), foi marcado por desafios administrativos, a delicada situação fiscal do município e as primeiras rusgas políticas. Mabel, que chegou ao Paço Municipal apoiado pelo governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e com o slogan de campanha que dizia que “Goiânia tem pressa”, já lida com as dores de cabeça de comandar a capital do Estado. 

Logo no início, a nova gestão priorizou o enfrentamento à crise na saúde. A falta de leitos na UTI – que escancarou o problema na saúde municipal – levou Mabel e seu secretariado a trabalhar na busca de recursos para resolver a superlotação dos leitos e reabrir unidades de saúde. Quando tomou posse do cargo, Caiado já tinha anunciado intervenção estadual na saúde de Goiânia, o que ajudou Mabel no enfrentamento da crise. 

Os tradicionais mutirões também fizeram parte das primeiras ações da gestão Mabel. O prefeito anunciou no início do mês que, nos primeiros 120 dias, mutirões para limpeza urbana, troca de lâmpadas e serviços de zeladoria na cidade acontecerão e terão custo de R$ 300 milhões – mesmo com o rombo fiscal na Prefeitura. Para a melhoria do trânsito da capital, Mabel cumpriu duas promessas de campanha: implementação da conversão à direita em sinal vermelho (em apenas alguns cruzamentos da cidade) e a permissão para motociclistas trafegarem na faixa de ônibus. Em sua campanha eleitoral, Mabel prometeu reduzir o trânsito em 30% nos primeiros 100 dias. 

Os primeiros desentendimentos políticos também fizeram parte do primeiro mês de Mabel no comando da cidade. Como mostrado anteriormente pela reportagem do jornal O Hoje, levou apenas 17 dias para que o prefeito protagonizasse  seu primeiro confronto direto com a Câmara Municipal de Goiânia. A tensão surgiu após a vereadora Aava Santiago (PSDB) denunciar, em um vídeo publicado nas redes sociais, a situação crítica da Maternidade Dona Íris – que sofre com a falta de insumos básicos e leitos fechados devido à falta de manutenção. Além disso, enfermeiros e técnicos estão com salários, 13º e vale transporte atrasados desde dezembro. 

Como resposta, Mabel, ao lado do líder de seu governo na Câmara, Igor Franco (MDB), publicou um vídeo em que rebate as críticas, afirmando que a vereadora deveria ter responsabilizado o ex-prefeito Rogério Cruz (Solidariedade) pelos problemas.

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O prefeito ainda acusou a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), que administra a unidade, por má gestão, afirmando que a entidade deveria “se virar” para solucionar os problemas. Em tom crítico, chegou a sugerir que a unidade de saúde fosse fechada caso não houvesse condições de mantê-la funcionando. “Se não tinham condições, deveriam ter parado a maternidade lá atrás”, disse Mabel, que também classificou a vereadora como “despreparada”. 

Em meio a crise na saúde e nas finanças da cidade, Mabel também declarou estado de calamidade, logo no segundo dia de mandato. Ao todo, foram assinados 12 decretos com foco na contenção de despesas e no enfrentamento da crise na saúde. As medidas buscavam reorganizar as finanças, otimizar recursos e enfrentar os problemas críticos da gestão pública municipal. 

Porém, após ser submetida a análise dos deputados na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), apenas a calamidade na saúde foi ratificada. Os deputados entenderam que o município possui condições próprias de enfrentar a crise financeira sem necessidade da situação calamitosa – a decisão foi respaldada pela análise do Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO). (Especial para O Hoje)

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