Geração Z redefine o futuro do trabalho

A Geração Z está transformando a dinâmica profissional ao priorizar o equilíbrio entre vida pessoal e carreira. Em vez de seguir o modelo tradicional de trabalho ininterrupto até a aposentadoria, muitos jovens adotam a chamada “microaposentadoria”, tendência que se popularizou nas redes sociais. Segundo Guy Thornton, fundador da plataforma Practice Aptitude Tests, essa nova abordagem reflete uma mudança de valores, onde a saúde mental e experiências significativas são mais importantes do que a progressão linear na carreira.

O fenômeno surge como uma resposta ao que os jovens enxergam como um modelo exaustivo e pouco recompensador, vivido por gerações anteriores. A pandemia reforçou essa visão, levando profissionais a repensarem suas prioridades. Além disso, a crescente presença digital intensifica a busca por experiências autênticas, já que as redes sociais destacam estilos de vida que privilegiam flexibilidade e lazer. Enquanto isso, a aposentadoria formal se torna uma realidade distante, com muitos profissionais prolongando a vida ativa para complementar a renda.

Nos Estados Unidos, uma pesquisa revelou que 45% dos trabalhadores esperam trabalhar além da idade média de aposentadoria, e a maioria não tem planejamento financeiro adequado para parar de vez. Esse contexto reforça a estratégia de pausas programadas ao longo da vida profissional, em vez de postergar o descanso para a terceira idade. Para muitos jovens, a ideia de trabalhar até os 70 anos ou mais sem períodos sabáticos é pouco atraente, tornando a microaposentadoria uma alternativa viável.

Por outro lado, enquanto os jovens buscam pausas estratégicas, muitos aposentados estão retornando ao mercado de trabalho. De acordo com Shanna Milford, líder de RH da IRIS Software Group, os principais fatores que levam essa geração de volta são o aumento do custo de vida e a busca por propósito. Além da estabilidade financeira, a reinserção no trabalho permite que mantenham uma vida social ativa e continuem contribuindo com sua experiência acumulada.

O retorno de aposentados e a entrada da Geração Z no mercado de forma não convencional criam uma maior diversidade geracional dentro das empresas. Profissionais mais experientes podem atuar como mentores, enquanto os mais jovens trazem inovação e novas abordagens para o ambiente corporativo. No entanto, especialistas alertam que as empresas devem adaptar suas práticas para acomodar essas mudanças, oferecendo modelos flexíveis de trabalho para diferentes perfis.

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