Davi Alcolumbre é eleito presidente do Senado com aliança do PT e PL

O senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) foi eleito presidente do Senado neste sábado (1º), garantindo um novo mandato de dois anos. Ele obteve 73 dos 81 votos, consolidando uma ampla aliança que incluiu partidos de espectros opostos, como PT e PL. Eduardo Girão (Novo-CE) e Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) receberam, cada um, quatro votos.

Davi Alcolumbre no Senado

Mesmo fora do cargo há quatro anos, Alcolumbre manteve influência no Senado. Ele teve participação ativa na indicação de ministros no governo Lula (PT) e no direcionamento de emendas parlamentares. Sua eleição contou com o apoio de nove dos 12 partidos com representação na Casa, incluindo PSD, MDB, União Brasil, PP, PSB, Republicanos e PDT.

Após a confirmação do resultado, Alcolumbre recebeu telefonemas do presidente Lula e do ex-presidente Jair Bolsonaro. O apoio do PL foi costurado por Bolsonaro em troca da 1ª vice-presidência do Senado e de espaços estratégicos em comissões. Em contrapartida, o senador amapaense se comprometeu a não obstruir a discussão sobre anistia a envolvidos nos atos de 8 de janeiro.

Em seu discurso, Alcolumbre defendeu a harmonia entre os Poderes, mas cobrou respeito às prerrogativas do Legislativo. Ele destacou a tensão entre o Senado e o Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o bloqueio de emendas parlamentares. Nos últimos anos, o senador esteve no centro do debate sobre distribuição de recursos no Orçamento. Ele apoiou as emendas de relator, proibidas pelo STF em 2022, e depois articulou a ampliação das emendas de comissão, agora sob questionamento na Corte.

A eleição do amapaense foi uma das mais expressivas desde a redemocratização. Apenas Mauro Benevides, em 1991, e José Sarney, em 2003, tiveram votações superiores, com 76 votos cada. Em 2019, Alcolumbre venceu com 42 votos, após uma disputa tumultuada que envolveu a renúncia de Renan Calheiros (MDB-AL) e um impasse no plenário.

Davi Alcolumbre
Davi Alcolumbre em eleição no Senado. Foto: Divulgação

A nova gestão reforça a influência do senador sobre o Orçamento e as pautas do Congresso. Com trânsito entre diferentes grupos políticos, ele se posiciona como peça-chave para os interesses do governo e da oposição nos próximos dois anos.

 

Adicionar aos favoritos o Link permanente.