Dia Mundial do Combate ao Câncer: prevenção como pilar no combate à doença

Com o objetivo de alertar a população sobre a importância da prevenção do diagnóstico precoce e do tratamento adequado, nesta terça-feira, 4 de fevereiro, se celebra o Dia Mundial de Combate ao Câncer, que se figura entre as principais causas de morte no Brasil e no mundo.

A prevenção do câncer engloba ações realizadas para reduzir os riscos de ter a doença. A meta da prevenção primária, por exemplo, é evitar o surgimento da enfermidade, isso envolve a diminuição da exposição a fatores de risco e a adoção de hábitos saudáveis.

Já a prevenção secundária visa a identificação e o tratamento de condições pré-malignas (como lesões causadas pelo vírus HPV ou pólipos nas paredes intestinais) ou a detecção de cânceres iniciais que não apresentam sintomas.

A conscientização a respeito dos fatores de risco e a promoção de estilos de vida saudáveis podem reduzir de forma significativa os índices de incidência e mortalidade relacionados a essa enfermidade.

Segundo informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca), mais de 700 mil novos casos são esperados para 2025 no país. Em Goiás, o Inca estima que mais de 25 mil diagnósticos da doença ocorrerão este ano. 

O câncer de pele não melanoma é o mais prevalente no estado, seguido por tumores de próstata e mama. Além disso, o câncer de pulmão também apresenta alta incidência, especialmente entre aqueles que são fumantes.

A oncologista Lanúscia Santana, explica que embora os cânceres possam se manifestar em qualquer parte do corpo, eles apresentam comportamentos distintos conforme sua localização. Isso significa que alguns tipos são mais simples de tratar e remover, enquanto outros podem ser considerados inoperáveis e difíceis de manejar.

“Podemos ter câncer em qualquer lugar. Tumores de próstata, intestino, estômago dão poucos sintomas e podem ter diagnóstico mais tardio. Outros tumores como de mama e de bexiga têm sintomas mais iniciais, como nódulos palpáveis na mama e sangramento na urina no de bexiga”. 

Combate à doença

A médica explica que os sintomas e sinais de um câncer podem ser bastante abrangentes e surgirem de formas diferentes em cada organismo. “A maioria dos tumores são assintomáticos na sua fase inicial, podem gerar sintomas já com a doença avançada, como dores ósseas, tosse, dificuldades para urinar ou defecar”, continua. 

É importante entender, no entanto, que o câncer, quando no início, não apresenta sinais tão claros e raramente provoca dor. Esses são sintomas de uma doença já em estágio mais avançado. Então, dependendo da intensidade do que sentir, é preciso ligar o alerta e procurar um médico o quanto antes.

Em Goiás, fatores como o uso indiscriminado de agrotóxicos e a exposição ao sol sem proteção adequada também estão associados ao aumento do risco de câncer. “O câncer de pele não melanoma, o mais incidente no estado, está diretamente relacionado à exposição excessiva aos raios solares, e é fundamental que a população adote o uso de protetor solar e busque por sombra nos horários de pico do sol, especialmente entre 10h e 16h”, alerta o oncologista Osterno Queiroz.

O especialista ressalta que o câncer de mama e de próstata são igualmente preocupantes. “A realização regular de mamografias, especialmente em mulheres acima dos 40 anos, é fundamental para o diagnóstico precoce da neoplasia. Para os homens, a conscientização sobre o exame de PSA e o toque retal são passos importantes para a detecção da neoplasia”, reforça Osterno.

Inca estima 25 mil diagnósticos de câncer em Goiás em 2025

No estado, os tumores mais frequentes estão relacionados principalmente ao câncer de pele, mama, próstata e pulmão. Cada um desses tipos tem características específicas, e entender seus sinais e fatores de risco pode salvar vidas.

O mais recorrente em Goiás, o tumor aparece, geralmente, a partir de uma lesão com aparência de mancha, ferida ou úlcera que não cicatriza, ou ainda como um caroço ou nódulo. A exposição excessiva aos raios solares, sem a proteção adequada, é o principal fator de risco. O uso diário de protetor solar, roupas de proteção e evitar sol forte, principalmente entre as 10h e 16h, são fundamentais na prevenção desse tipo de neoplasia.

Câncer de mama

O tumor é o terceiro mais incidente no estado. A detecção precoce por meio da mamografia, especialmente para mulheres a partir dos 40 anos, é uma medida extremamente importante. A realização de exames regulares e o acompanhamento médico ajudam a identificar a doença em estágios iniciais, quando as chances de cura são muito maiores. Além disso, a conscientização sobre fatores de risco, como histórico familiar e hábitos de vida, deve ser parte da rotina de cuidados com a saúde feminina.

Câncer de próstata

É o tipo de neoplasia que mais acomete os homens de Goiás. Embora seja uma doença que afeta predominantemente homens a partir dos 50 anos, é importante que os mais jovens também estejam atentos aos sinais e realizem exames de rastreamento quando indicado pelo médico. A recomendação é fazer o PSA (antígeno prostático específico) e o toque retal. O diagnóstico precoce desse tumor, frequentemente assintomático nos estágios iniciais, é fundamental para o sucesso do tratamento.

Câncer de pulmão

O tumor é um dos mais letais e, apesar de ser mais comum em fumantes, também pode afetar pessoas que nunca fizeram uso de cigarro. Em Goiás, o aumento do número de casos de câncer de pulmão está relacionado principalmente ao tabagismo. Os principais sintomas incluem tosse persistente, falta de ar, dor no peito, perda de peso inexplicada, e expectoração com sangue. Frequentemente, os sintomas só surgem em estágios avançados da doença, o que dificulta o diagnóstico precoce. A exposição a poluentes ambientais e profissionais, como o amianto, também pode contribuir para o desenvolvimento da doença.

Formas de prevenir o câncer:

  • Não fumar;
  • Adotar uma alimentação saudável;
  • Manter o peso corporal adequado;
  • Praticar atividades físicas;
  • Amamentar;
  • Realizar exame preventivo de câncer do colo do útero a cada três anos, para mulheres com idade entre 25 e 64 anos;
  • Vacinar as meninas de 9 a 14 anos e os meninos de 11 a 14 anos contra o HPV;
  • Vacinar-se contra a hepatite B;
  • Evitar bebidas alcoólicas;
  • Evitar carnes processadas;
  • Evitar a exposição ao sol entre 10h e 16h;
  • Evitar a exposição a agentes cancerígenos no ambiente de trabalho.

Fonte: Instituto Nacional do Câncer (INCA)

Adicionar aos favoritos o Link permanente.