FIESC projeta crescimento tímido para a indústria de SC em 2025

A indústria catarinense deve esperar um cenário econômico desafiador em 2025, com crescimento modesto de 1,73%.

A expectativa da Federação das Indústrias de SC (FIESC) considera que os fatores que impulsionaram o crescimento de mais de 7% no ano passado terão peso diferente este ano.

Para o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, a alta dos juros e a alta do dólar tiveram um efeito negativo sobre a expectativa dos industriais:

O índice de confiança do empresário industrial já vem mostrando um maior pessimismo em relação à economia, especialmente porque não se enxerga solução de curto prazo para os motivos que levaram ao aumento da taxa básica de juros. O empresário não acredita na disposição do governo federal para reduzir gastos”.

Entre os principais fatores para a desaceleração da economia do estado estão o impacto do aumento dos juros em setores que dependem do crédito.

O economista-chefe da FIESC, Pablo Bittencourt, explica que segmentos como o de bens de capital devem observar uma menor demanda:

Além disso, o saldo de crédito à pessoa física para a aquisição de bens será fortemente afetado pela Selic – projetada a 15% a partir da metade de 2025 -, o que deve levar a um resultado negativo a partir de junho”.

Aliado ao fator crédito, o crescimento mais moderado da renda familiar também impacta o desempenho da indústria este ano.

Juros altos e o aumento do endividamento das famílias devem reduzir o consumo, o que afeta setores como os de automóveis, de eletrodomésticos e têxtil e de confecções”, analisa.

Aguiar destaca que a resiliência da indústria de Santa Catarina será colocada à prova e será necessário fazer ajustes em face às novas condições de crescimento.

No cenário externo, as incertezas sobre os efeitos das políticas tarifárias já anunciadas ou prometidas pelo presidente norte-americano Donald Trump também preocupam.

Muitas medidas a serem tomadas pelos EUA ainda são desconhecidas, e a extensão delas e seus reais efeitos sobre as exportações catarinenses ainda são imprevisíveis”, explica o economista.

O Estados Unidos são o principal destino das exportações de SC, e o segundo maior parceiro comercial do estado.

Impacto atenuado

Setores como agroindústria e construção civil serão fundamentais para minimizar os impactos de uma economia em desaceleração, na avaliação dele. Um dos fatores que justifica a análise é que ambos os segmentos geram efeito encadeamento, ou seja, movimentam outros setores.

Um exemplo é a construção civil, que impulsiona a indústria cerâmica, de plásticos, de metais e de madeira, por exemplo.

A construção civil deve ajudar a minimizar a desaceleração, pois o ciclo de obras iniciado em 2024 vai continuar precisando de matérias primas em 2025”, destaca o economista.

Já a agroindústria deve se beneficiar do aumento da produção agrícola, estimada em 8%. Os reflexos esperados são de crescimento da indústria de proteína animal, especialmente na de carnes de aves e de suínos. A atividade destes dois setores movimenta ramos como o de plásticos e papel (embalagens) e o de metalurgia.

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