Nova pirâmide é descoberta no Peru, revelando mais sobre a civilização antiga

Na semana passada, arqueólogos descobriram um novo edifício piramidal nas imediações de Caral, um importante sítio arqueológico pré-hispânico considerado o berço da civilização mais antiga das Américas, com aproximadamente 5.000 anos de história. O novo edifício está localizado em Chupacigarro, uma área ao norte de Lima, a cerca de um quilômetro de Caral, conforme informações do Ministério da Cultura do Peru.

Caral é contemporânea de outras civilizações antigas, como as da Mesopotâmia, e é reconhecida como a primeira sociedade a alcançar um alto grau de desenvolvimento urbano e social na América, incluindo a construção de pirâmides. O Ministério da Cultura afirmou que o edifício foi identificado por meio de escavações recentes, sendo inicialmente coberto por árvores secas e vegetação. Ao remover essa vegetação, foram encontrados muros de pedras que formam pelo menos três plataformas sobrepostas.

As estruturas revelaram pedras grandes dispostas verticalmente, chamadas “huancas”, marcando os cantos do edifício, que possui uma escadaria central que dá acesso ao topo. O Ministério acrescentou que as investigações permitirão à equipe liderada pela arqueóloga Ruth Shady entender melhor o layout urbano de Chupacigarro, o que poderá contribuir para tornar o local uma atração turística, juntamente com Caral.

Chupacigarro integra um sistema maior de sítios arqueológicos no vale de Supe, ligados à antiga civilização de Caral. No local onde a pirâmide foi encontrada, há 12 outras estruturas que parecem ter funções públicas ou cerimoniais, situadas no topo de colinas ao redor de um espaço central.

Em termos de características arquitetônicas e urbanísticas, os especialistas apontam que os edifícios de Chupacigarro variam em tamanho e orientação, o que sugere diferentes funções. Na periferia do assentamento, foram encontrados edifícios residenciais organizados ao redor de uma praça circular rebaixada, característica desse período histórico. De acordo com o comunicado do Ministério da Cultura, isso indica a existência de um pequeno centro urbano, com vários edifícios públicos e seculares, abrangendo uma área de aproximadamente 38,59 hectares, o equivalente a 385,9 mil metros quadrados.

O assentamento foi estabelecido em um local estratégico, próximo ao vale inferior e ao litoral, facilitando o acesso a recursos do mar. Seus habitantes também podiam acessar florestas ribeirinhas, fontes de água, pedreiras e campos agrícolas. O Ministério da Cultura observou que, por não ser visível a partir do vale, Chupacigarro poderia ter tido uma função mais privada ou religiosa, possivelmente como uma extensão da Cidade Sagrada de Caral.

Entre os achados mais significativos está um geóglifo de 62,1 metros por 30,3 metros, visível apenas de um ponto estratégico em Chupacigarro. O geóglifo apresenta uma figura de perfil, com traços que lembram o estilo pré-hispânico da região de Sechín, com uma cabeça voltada para o leste, o olho fechado, a boca aberta e uma representação de cabelo agitado pelo vento ou de sangue saindo da cabeça.

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