Instituto Gerir não atuou na atual gestão, afirma Governo de Goiás

O Instituto Gerir, organização social (OS) responsável pela gestão do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e do Hospital Estadual de Trindade (Hutrin) entre 2012 e 2018, não teve atuação na atual gestão, segundo o Governo de Goiás. A OS foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga supostos desvios de recursos públicos na saúde durante esse período.

A Operação Panaceia, realizada em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), cumpriu dez mandados de busca e apreensão em Goiânia e um em Brasília. Além disso, a 11ª Vara Federal determinou o sequestro de R$ 28 milhões dos envolvidos.

As investigações indicam que os desvios ocorreram por meio do Instituto Gerir, que subcontratava empresas ligadas a políticos e administradores da própria OS. Parte dos valores pagos a essas empresas retornava aos políticos e gestores da organização, prática vedada por lei.

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No dia da operação, a PF também realizou buscas na residência do ex-governador de Goiás e atual presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo. Ele classificou a ação como uma “operação encomendada” e acusou a atual gestão estadual, liderada por Ronaldo Caiado (UB), de persegui-lo politicamente.

“Mesmo esperando uma reação aos meus vídeos de denúncias por parte do grupo comandado por Caiado e que hoje domina Goiás e suas instituições, não imaginava que eles, mais uma vez, ousassem usar o poder do Estado para me perseguir, constranger e tentar calar”, afirmou Marconi em nota. Vale lembrar que a PF é subordinada ao governo federal, e Caiado não teria ingerência sobre suas ações.

O Instituto Gerir também se manifestou, afirmando que “não aceitará ser alvo de perseguições nem de manobras de retaliação que desrespeitam decisões judiciais e direitos fundamentais”. A OS destacou ainda que a execução de mandados de busca e apreensão, mesmo após o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) reconhecer o excesso de prazo das investigações, seria um “ato de retaliação política e uma tentativa desesperada de salvar uma operação juridicamente insustentável”.

Nota do Governo de Goiás

O Governo de Goiás esclareceu que a Operação Panaceia, deflagrada nesta quinta-feira (6/2) pela Polícia Federal e pela CGU, investiga desvios de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) em hospitais do Estado entre 2012 e 2018, durante os mandatos de Marconi Perillo. O governo reforçou que a investigação não tem relação com a atual gestão.

A atual administração também enfatizou que o Instituto Gerir nunca prestou serviços ao governo desde 2019. Além disso, desde então, foram implantados mecanismos de controle interno para assegurar a transparência e evitar desvios na aplicação dos recursos públicos.

 

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