Semipresidencialismo: entenda a proposta que começa a tramitar no Congresso

Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que institui o Semipresidencialismo no Brasil foi protocolada na Câmara dos Deputados na noite desta quinta-feira (6/2). O texto, apresentado pelo deputado Luiz Carlos Hauly (Podemos-PR), recebeu o apoio de 181 parlamentares, superando o mínimo de 171 assinaturas necessárias para tramitação.

A proposta de mudança de sistema de governo no Brasil, retorna ao Congresso após o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), demonstrar simpatia ao modelo em seu discurso de vitória. O semipresidencialismo propõe uma divisão de poderes entre o presidente da República e um primeiro-ministro, que seria escolhido pelo Congresso Nacional.

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De acordo com o texto, o primeiro-ministro seria nomeado pelo presidente, após consulta ao Congresso, e teria como principais funções definir o plano de governo, orientar a administração fiscal, indicar ministros e controlar o Orçamento.

Além disso, o premiê precisaria apresentar mensalmente um relatório sobre a execução do programa de governo no Congresso. A ausência sem justificativa poderia configurar crime de responsabilidade. O modelo só entraria em vigor a partir das eleições de 2030, sem afetar o pleito de 2026.

Entenda o semipresidencialismo:

Presidente:

  • Eleito pelo voto popular, com mandato fixo.
  • Representa a unidade do Estado.
  • Exerce funções de chefe de Estado e algumas de chefe de governo.

Primeiro-ministro:

  • Indicado pelo presidente, com base no apoio do Parlamento.
  • Lidera a implementação do programa de governo.
  • Pode ser removido por voto de censura do Congresso.

Congresso Nacional:

  • Eleito pelo voto popular.
  • Decide sobre propostas do governo.
  • Pode ser dissolvido antes do fim dos mandatos, com novas eleições convocadas.

A PEC surge em meio a discussões sobre reformas eleitorais, incluindo a implementação do voto distrital misto. A proposta, no entanto, divide opiniões. Enquanto defensores argumentam que o modelo pode trazer maior estabilidade política, críticos questionam os impactos na divisão de poderes e na governabilidade. O PT, por exemplo, optou por não assinar a PEC, aguardando uma posição do presidente Lula sobre o tema.

Próximos passos:

  • A PEC precisa ser aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.
  • Em seguida, será analisada por uma comissão especial.
  • No plenário, precisará de pelo menos 308 votos favoráveis dos 513 deputados.
  • Após a Câmara, o texto seguirá para o Senado, onde necessitará do apoio de 49 dos 81 senadores.
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