Em um ano, planos de saúde contam com 52 milhões de usuários

O setor de planos de saúde no Brasil registrou um novo recorde de beneficiários, conforme levantamento da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) referente ao mês de dezembro. Em todo o país, foram contabilizados 52,2 milhões de usuários em planos de assistência médica e 34,4 milhões em planos exclusivamente odontológicos. O crescimento acompanha uma tendência observada nos últimos cinco anos, de acordo com a ANS.

Em relação ao desempenho dos estados, Goiás seguiu a tendência nacional de crescimento na adesão aos planos de assistência médica e odontológica. Embora os estados de São Paulo, Minas Gerais e Amazonas tenham liderado os números absolutos na saúde suplementar, Goiás se destacou na região Centro-Oeste. O aumento na adesão reforça a preocupação da população em garantir acesso à assistência privada, especialmente após a pandemia de Covid-19.

Nos últimos 12 meses, os planos médico-hospitalares cresceram em 862,7 mil beneficiários no Brasil. Somente entre novembro e dezembro de 2024, a alta foi de 156,2 mil usuários. Já os planos exclusivamente odontológicos tiveram um avanço ainda mais expressivo: 2 milhões de novos beneficiários no último ano e 178,6 mil na comparação com novembro de 2024.

O levantamento da ANS aponta ainda que o crescimento de beneficiários na saúde suplementar superou a expansão populacional do país. Entre 2010 e 2022, o número de pessoas com planos médicos cresceu 12%, enquanto a população brasileira aumentou 6,5%, conforme dados do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo especialistas, a pandemia influenciou a busca por cobertura médica privada, levando muitas pessoas a priorizarem esse tipo de serviço. A faixa etária que mais cresceu em adesão foi entre 45 e 49 anos, com 240,3 mil novos beneficiários em assistência médica. Nos planos odontológicos, a maior expansão também foi nessa faixa etária, com 248,7 mil novas adesões, seguida pelo grupo de 70 a 74 anos, que somou 193,5 mil novos beneficiários.

O diretor de Desenvolvimento Setorial da ANS, Maurício Nunes, reforça que a evolução do setor deve manter estabilidade nos próximos anos. “A expectativa é de manutenção desse crescimento, mas fatores como o cenário econômico, empregabilidade e variação dos custos de saúde podem impactar o setor”, destacou.

Além do aumento na adesão aos planos privados, a pesquisa da ANS mostra que a digitalização dos serviços de saúde suplementar tem impulsionado o acesso à informação e facilidades para os beneficiários. Aplicativos, telemedicina e plataformas de gestão permitem agendamentos, consultas e monitoramento de saúde de forma mais ágil, ampliando a experiência do usuário.

Outro fator relevante no crescimento dos planos de saúde é a diversificação dos modelos de contratação. Empresas de pequeno e médio porte têm buscado oferecer planos empresariais como um benefício aos colaboradores, o que tem impactado positivamente na ampliação da carteira de beneficiários.

Especialistas também apontam que o cenário pós-pandemia fortaleceu a percepção de segurança associada aos planos de saúde. Diante da instabilidade do sistema público e das dificuldades enfrentadas no atendimento hospitalar, muitas famílias passaram a priorizar investimentos em assistência médica privada.

Na avaliação do economista e especialista em mercado de saúde, Ricardo Mendes, a trajetória de crescimento dos planos de saúde pode ser um indicativo de mudanças estruturais no setor. “O aumento na demanda por serviços médicos privados pode impulsionar novas regulações e adequações no setor, além de estimular a concorrência e inovação por parte das operadoras”, afirma Mendes.

Dessa forma, Goiás acompanha a tendência nacional de crescimento na adesão a planos de saúde e odontológicos, refletindo um movimento que pode moldar o futuro do setor no Brasil nos próximos anos.

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