PL goiano se reúne com Bolsonaro para discutir alinhamento

A cúpula estadual e municipal do Partido Liberal (PL) se reuniu, na tarde da última quarta-feira, 12, com o ex-presidente Jair Bolsonaro, em Brasília. O encontro, que reuniu o presidente da sigla em Goiás, o senador Wilder Morais, e o presidente em Goiânia, o deputado federal Gustavo Gayer, aconteceu visando o alinhamento político dos diretórios.

Além de Wilder e Gayer, outros vereadores, prefeitos, deputados e lideranças do partido em Goiás participaram da reunião. Nomes como o ex-candidato à prefeitura de Goiânia, Fred Rodrigues; o prefeito de Posse, Paulo Trabalho; os vereadores por Goiânia, Oséias Varão e Coronel Urzêda; e o vereador por Aparecida, Dieyme Vasconcelos, também foram para Brasília. 

O encontro dos representantes estaduais e municipais da legenda aconteceu em um momento de acenos de Bolsonaro para o vice-governador Daniel Vilela (MDB). Os desentendimentos começaram quando o vereador Vitor Hugo marcou uma reunião do ex-presidente com Vilela, desagradando correligionários goianos. 

O movimento não foi bem visto por Wilder, que planeja ser candidato ao governo de Goiás em 2026 – e caso se concretize, irá enfrentar o emedebista, que é o sucessor do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) -, e por Gayer, que planeja ser candidato ao Senado Federal e viu o movimento como uma articulação de Vitor Hugo pleitear a vaga na Casa Alta. 

O clima esquentou ainda mais após o episódio, em uma entrevista recente à rádio bolsonarista AuriVerde, em que o ex-chefe do Executivo bateu o pé e garantiu que ele e o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, seriam os responsáveis por indicar quem serão os candidatos ao Senado em todos os estados. Na ocasião, Bolsonaro foi direto: “Não é “estou na frente”, não é quem o presidente de Goiás quer. Wilder, não é quem você quer. Todo estado vai passar por mim e pelo Valdemar e nós vamos indicar essas pessoas”.

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Em meio aos atritos do PL, Daniel, que é nome certo para a disputa do Executivo estadual no ano que vem, já deixou claro, mais de uma vez, que não descarta – e vê com bons olhos – uma aliança com o PL, com a benção de Jair Bolsonaro. Para o emedebista, o apoio do PL seria indispensável já que, além de adicionar a sua base um partido com peso nacional, eliminaria um player político forte do rol dos concorrentes. 

Inclusive, em entrevista recente ao jornal O Hoje, Vilela tratou a disputa do PL com a base caiadista na disputa pela prefeitura de Goiânia um “erro”. “Acho que houve um erro aqui em Goiânia, essa disputa entre a nossa base e o PL, mas eu também não posso ficar dando pitaco em partido alheio”, afirmou o vice-governador, em referência a disputa do prefeito Sandro Mabel (União Brasil) com o candidato derrotado Fred Rodrigues (PL). 

De fato, os acenos de Bolsonaro com Vilela aconteceram e foram impulsionados pelo vereador Vitor Hugo. Na reunião da cúpula bolsonarista em Brasília, as candidaturas de 2026 foram debatidas. E claro, uma candidatura com Wilder encabeçando a chapa do PL ao governo de Goiás está nos radares e é o caminho natural, até porque as negociações com Vilela envolveriam Caiado, que mantém relação distante com Bolsonaro atualmente.

Além disso, Bolsonaro já afirmou categoricamente que sua prioridade para as eleições gerais é a bancada do Senado. Absolutamente focado em ampliar o número de bolsonaristas na Casa Alta, o ex-presidente estuda lançar dois candidatos do PL para senador, e em uma aliança com o MDB goiano, dificilmente a legenda bolsonarista iria indicar dois nomes para o cargo. (Especial para O Hoje)

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