Berkshire Hathaway reduz fatias no Bank of America e Citi – 14/02/2025 – Mercado


A Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, reduziu suas participações em alguns dos maiores bancos dos EUA nos últimos três meses de 2024. O investidor vendeu bilhões de dólares em ações do Bank of America e Citigroup.

O conglomerado se desfez de quase 75% de sua posição no Citigroup, vendendo 40,6 milhões de ações no valor de mais de US$ 2,4 bilhões, de acordo com um documento apresentado aos reguladores de valores mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês) e publicado nesta sexta-feira (14).

A Berkshire também continuou a vender ações do BofA, um investimento que remonta à crise financeira do fim dos anos 2000, quando Buffett interveio para fornecer estabilidade a um dos maiores credores dos Estados Unidos.

A Berkshire, que possuía uma participação de 13% no banco e há anos era o maior acionista do banco, esperou que o BofA e o sistema financeiro dos EUA superassem a crise bancária antes de começar a reduzir sua posição.

Mas, a partir de julho passado, começou a reduzir agressivamente sua participação, às vezes vendendo ações no mercado aberto em sessões de negociação consecutivas.

A divulgação nesta sexta mostrou que a Berkshire havia reduzido sua participação em mais 95 milhões de ações desde meados de outubro, quando sua posição de propriedade caiu abaixo do limite de 10% exigido para divulgar relatórios. As vendas nas semanas seguintes reduziram a participação da Berkshire no BofA para cerca de 8,9%.

O grupo com sede em Omaha também reduziu sua posição no Capital One, outro grande banco dos EUA, em quase um quinto, vendendo 1,7 milhão de ações do especialista em cartões de crédito.

Buffett passou a maior parte de 2024 podando o gigantesco portfólio de ações da Berkshire, enquanto reduzia ou saía completamente de posições. Isso incluiu uma de suas negociações mais lucrativas: seu investimento na Apple.

O documento desta sexta indicou que Buffett e seus dois vice-investidores continuaram a encontrar poucas apostas valiosas no mercado de ações dos EUA, preferindo os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, que aumentaram a lucratividade da Berkshire.

A empresa investiu em apenas uma nova ação no quarto trimestre, comprando US$ 1,2 bilhão em ações da fabricante de cerveja Modelo, Constellation Brands.

No entanto, não estava claro se o investimento na Constellation foi feito por Buffett ou por um de seus dois vice-investidores. Analistas e investidores geralmente veem investimentos de US$ 1 bilhão ou menos como apostas feitas por Todd Combs ou Ted Weschler, os dois homens que gerenciam uma parte do portfólio de ações de US$ 272 bilhões da empresa.

A saída de Buffett das ações de bancos ocorre enquanto muitos investidores se tornam mais otimistas em relação ao setor, impulsionados em parte pelas promessas do presidente Donald Trump de afrouxar regulação sobre o setor.

As ações dos maiores bancos do país subiram cerca de 40% em média no ano passado, conforme medido pelo KBW Bank Index.

Buffett fez sua primeira grande aposta no BofA com um investimento não solicitado de US$ 5 bilhões em 2011, quando ainda estava lidando com enormes perdas de duas aquisições mal aconselhadas —a compra de US$ 40 bilhões do corretor de hipotecas Countrywide e o resgate do Merrill Lynch.

O investimento foi um grande voto de confiança para o então recém-nomeado CEO do BofA, Brian Moynihan, cujo desempenho ainda não havia convencido os investidores de que ele poderia reverter a situação do banco.

“Houve muitos cowboys financeiros no setor bancário”, disse Buffett em 2022. Moynihan, em sua opinião, era um dos bons.

No entanto, a decisão do BofA de investir em títulos do Tesouro de longo prazo para aumentar seus ganhos durante a pandemia saiu pela culatra quando o Federal Reserve começou a aumentar agressivamente as taxas de juros em 2022 e 2023.

O investimento deixou o BofA com centenas de bilhões de dólares em títulos de baixo rendimento, muitos dos quais não vencerão até 2026 ou mais tarde. Incapaz de reinvestir esse dinheiro em investimentos de maior rendimento, os retornos do BofA ficaram atrás dos rivais recentemente.

Para o Citi, a compra de ações de US$ 3 bilhões pela Berkshire em 2022 não gerou o mesmo entusiasmo positivo que gerou para o BofA.

A chefe do Citi, Jane Fraser, após anos de atraso em relação aos rivais, revelou uma grande reestruturação no final de 2023. No início do ano passado, Fraser disse aos principais executivos do banco que Buffett havia transmitido seu entusiasmo por seu plano.

O Citi fez algum progresso na redução de custos em 2024, com despesas operacionais caindo 4% em comparação com o ano anterior, incluindo uma redução de 2% nos gastos com remuneração e benefícios de funcionários.

O retorno sobre o patrimônio líquido tangível do banco —uma métrica de lucratividade— foi de 7% em 2024, acima dos 4,9% em 2023, mas inferior ao de seus principais concorrentes. O Citi havia estabelecido uma meta de 11% a 12% até o final de 2026, mas reduziu essa faixa para 10% a 11% em janeiro.



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