Número 1 do mundo, Sinner é suspenso por doping – 15/02/2025 – Esporte

O tenista número um do mundo Jannik Sinner foi suspenso até 4 de maio após chegar a um acordo com a WADA (Agência Mundial Antidoping), que havia solicitado uma suspensão de um a dois anos após o italiano testar positivo para clostebol, uma substância proibida.

“Segundo os termos do acordo, Sinner cumprirá seu período de inelegibilidade das 23h59 do dia 9 de fevereiro de 2025 até 4 de maio de 2025”, disse a WADA em um comunicado.

O tenista perderá os torneios Masters 1000 em Indian Wells e Miami em março, e Monte Carlo e Madri em abril, mas não participará dos Grand Slams. Com uma vantagem de 2.000 pontos sobre Alexander Zverev (2º) e mais de 4.000 sobre Carlos Alcaraz (3º), ele conseguiu manter o número 1 apesar da suspensão.

Ele provavelmente retornará às competições em casa, para disputar o Masters 1000 de Roma (de 7 a 18 de maio), pouco antes de Roland Garros, e “poderá retornar aos treinamentos oficiais em 13 de abril”, disse a WADA.

“Este caso está pairando sobre mim há quase um ano e o processo prometia ser longo, com uma decisão talvez não esperada antes do final do ano”, disse Sinner em um comunicado.

“Sempre aceitei o fato de que sou responsável pelo meu time. As regras rígidas da WADA são uma proteção importante para o esporte que amo”, ele acrescentou.

“O pesadelo acabou”, disse a FITP (Federação Italiana), confirmando que ela competirá em Roma.

Sinner , 23, foi liberado pelas autoridades do tênis após um teste duplo positivo em março passado, após aceitar as explicações do jogador, que atribuíram o resultado à contaminação acidental.

A ITIA (Agência Internacional de Integridade do Tênis) só anunciou o caso em agosto e o inocentou ao aceitar sua explicação de que seu fisioterapeuta borrifou clostebol nele para tratar um ferimento na mão e depois lhe fez uma massagem sem luvas.

A WADA recorreu dessa decisão em setembro e o Tribunal Arbitral do Esporte (CAS) deveria emitir uma decisão em abril, mas isso não aconteceu depois que o acordo foi alcançado.

“Não fiz nada de errado, é por isso que ainda estou aqui. É por isso que ainda estou jogando”, disse Sinner durante o Aberto da Austrália, que ele venceu pela segunda vez consecutiva em janeiro. “Na minha cabeça eu sei exatamente o que aconteceu e é assim que eu bloqueio”, ele acrescentou.

“A WADA aceita que Sinner não teve intenção de trapacear, que sua exposição ao clostebol não lhe deu nenhuma vantagem em termos de melhoria de desempenho e que foi causada pela negligência de membros de sua equipe”, disse a entidade em um comunicado divulgado no sábado.

“Mas sob o Código (Mundial Antidoping) e sob a jurisprudência do CAS, um atleta é responsável pela negligência de sua equipe. Com base nos fatos únicos deste caso, uma suspensão de três meses é considerada um resultado apropriado”, acrescentou a WADA.

Acusações de tratamento preferencial

O acordo fechado com Sinner ocorreu menos de um mês após a decisão da WADA de não apelar da suspensão de um mês imposta pela Itália à número dois do mundo, Iga Swiatek, após um teste positivo para trimetazidina, outra substância proibida.

A revelação tardia dos testes positivos de Sinner e Swiatek, bem como a leveza de suas sanções, irritou outros jogadores que acreditam que o italiano e o polonês estão se beneficiando de tratamento preferencial.

“Um dia triste para o tênis. Igualdade não existe no tênis”, disse o jogador australiano Nick Kyrgios na rede social X.

“Não acredito mais em esporte limpo”, acrescentou o suíço Stan Wawrinka, vencedor de três torneios do Grand Slam.

Sobre o caso Sinner , a lenda Novak Djokovic destacou que se sentiu “muito frustrado” por não ter notícias do caso durante cinco meses, período entre o teste positivo e o anúncio feito pela ITIA.

Em uma declaração publicada no sábado, o ITIA defendeu a solidez de sua decisão em primeira instância.

“O processo foi concluído em conformidade com o Código Mundial Antidoping e o programa antidoping no tênis. Após uma investigação aprofundada pelo ITA (com base em recomendações de laboratórios credenciados pela WADA), ficamos satisfeitos”, disse ele, referindo-se às explicações do jogador.

O acordo anunciado pela WADA no sábado “apoia essas conclusões”, disse a ITA.