Denúncia abre contagem regressiva para prisão ou fuga de Bolsonaro


“A responsabilidade pelos atos lesivos à ordem democrática recai sobre organização criminosa liderada por Jair Messias Bolsonaro, baseada em projeto autoritário de poder. Enraizada na própria estrutura do Estado e com forte influência de setores militares, a organização se desenvolveu em ordem hierárquica e com divisão das tarefas preponderantes entre seus integrantes”, afirma.

A Polícia Federal indiciou 40 pessoas, dos quais 28 militares. Até agora, 34 foram denunciadas ao STF – que, muito provavelmente, serão transformadas em réus e julgadas pela Primeira Turma do tribunal dada à profusão de provas. Há uma chance considerável do ex-presidente ser condenado e passar décadas no xilindró – se não for beneficiado pela aprovação da anistia ou um perdão no meio do caminho.

Diante disso, uma pergunta volta a ser feita em círculos políticos e jurídicos e em grupos de zap de jornalistas: se uma condenação estiver iminente, o ex-presidente tentará fugir para os Estados Unidos de Trump ou vai encarar de frente a prisão como fez Lula e aceitará cumprir a pena?

Paralelos com o presidente Lula não são aplicáveis aqui. Diante da proximidade de sua prisão devido à condenação no âmbito da Lava Jato, muitos sugeriram ao petista asilar-se fora do país, o que ele rechaçou. O STF acabou anulando a condenação por conta da falta de lisura do processo, mas ele chegou a pagar 580 dias de cana na carceragem da Polícia Federal em Curitiba e ser impedido de concorrer em 2018.

Já Bolsonaro nem precisou ser preso: diante da apreensão de seu passaporte em 8 de fevereiro do ano passado, em meio a uma operação da PF sobre a tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente se refugiou na Embaixada da Hungria, governada pela extrema direita de Viktor Orbán, entre 12 e 14 de fevereiro. Muitos viram o episódio como uma espécie de test drive de fuga.

Além disso, Bolsonaro fugiu do país, em 30 de dezembro de 2022, antes mesmo de terminar o seu mandato. Diz que foi para não passar a faixa presidencial, mas as investigações da Polícia Federal sobre o plano, que envolveu de minuta de golpe até esquema para matar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes, e são citadas na denúncia, revelam que ele tinha razão para temer ficar no Brasil e ser preso.





Source link

Adicionar aos favoritos o Link permanente.