Moraes ameaça prender Cid em delação: “Última chance”



Durante a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ameaça prendê-lo, caso haja omissões em seu depoimento. O magistrado diz que a Polícia Federal (PF) e Procuradoria-Geral da República (PGR) já deram parecer favorável à prisão do tenente-coronel e alerta que a audiência é sua “última chance” de esclarecer fatos e manter os acordos da delação.

“Essa audiência foi convocada como mais uma tentativa de permitir ao colaborador que preste as informações verdadeiras. […] Aqui, é importante, e exatamente por isso, a fim de possibilitar uma maior reflexão do colaborador com seus advogados para que esclareça omissões e contradições, sob pena, não só da decretação de prisão, como também da cessação e consequente rescisão da colaboração”, disse Moraes.

“Se não houver efetividade da colaboração e se a colaboração em nada auxiliou, não há porque dentro dessa ideia de justiça colaborativo, justiça premial, se dar os benefícios […] Não é o colaborador que desde o início analisa com “ah, esse não fez nada” [e não o delata]. Eu quero fatos. Por isso que eu marquei essa audiência, eu diria que é a última chance do colaborador dizer a verdade sobre tudo”, disse Moraes.

Entre os benefícios acordados por Cid, estariam um teto de dois anos para sua pena, restituição de bens apreendidos e ainda a extensão de benefícios a seu pai, sua esposa e sua filha maior de idade.

Moraes retirou o sigilo dos vídeos da delação premiada de Mauro Cid nesta quinta-feira (20), dois dias após a PGR denunciar o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas por tentativa de golpe de Estado.

O lembrete do ministro do Supremo fez o tenente-coronel do Exército mudar sua versão sobre os fatos relatados. De acordo com Moraes, havia provas contundentes da Polícia Federal de que Cid estava mentindo e até omitindo informações com a intenção de “minimizar” os acontecimentos. Ao final, após mudança na sua versão, Cid teve sua delação mantida e o pedido de prisão foi retirado.



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