Eduardo Bolsonaro diz que pai pode ser preso e pede orações



O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) admitiu nesta quinta-feira (20) que seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), corre o risco de ser preso. O parlamentar discursou durante a Conferência Política de Ação Conservadora (Cpac), nos Estados Unidos. A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o ex-mandatário e outras 33 pessoas por participação na suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. Bolsonaro nega qualquer irregularidade.

“O ex-presidente Jair Bolsonaro está em risco de ser preso com as mesmas acusações falsas usadas contra líderes de oposição na Venezuela, Cuba e Nicarágua”, disse Eduardo. “Rezem pelo meu pai, rezem pelos brasileiros presos pelo 8 de janeiro. Nós estamos pedindo por anistia no Congresso e esperamos receber o apoio de vocês fora do Brasil”, acrescentou.

A oposição e o próprio ex-presidente se mobilizam para tentar aprovar o projeto de lei que concede anistia aos envolvidos na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, sustenta que Bolsonaro e o ex-ministro e general Walter Braga Netto lideraram a suposta trama golpista.

“A organização tinha por líderes o próprio Presidente da República e o seu candidato a Vice-Presidente, o General Braga Neto. Ambos aceitaram, estimularam, e realizaram atos tipificados na legislação penal de atentado contra o bem jurídico da existência e independência dos poderes e do Estado de Direito democrático”, disse Gonet.

Eduardo ironizou a denúncia da PGR, dizendo que seu pai é acusado de elaborar um golpe da Disneylândia. “Três dias atrás, meu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, foi formalmente denunciado pelo procurador-geral da República de um governo socialista por supostamente orquestrar um golpe, um golpe de estado da Disneylândia, sem armas, sem um plano”, disse.

Eduardo critica Moraes e o STF

Durante o evento, o deputado criticou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito que investiga a suposta trama golpista. “Deixem-me apresentar vocês um homem chamado Alexandre de Moraes. Ele não é eleito, é um ministro da Suprema Corte, que se deu poder irrestrito para decidir quem pode falar, quem pode concorrer a cargos e até quem pode ir para a prisão”, disse Eduardo.

O parlamentar também acusou o STF de promover a censura no Brasil. “Eu venho do futuro e eu sei exatamente qual como essa história termina. Ok, talvez não do futuro, mas eu venho do Brasil, o que não é muito diferente. Meu país se transformou em um laboratório para a censura e autoritarismo judicial”, afirmou.

Para Eduardo, o Brasil tem sido usado como “campo de testes para a instrumentalização judicial contra conservadores, libertários e cristãos, sempre sob o nobre pretexto de proteger a democracia, combater a desinformação e parar extremistas enquanto na realidade silencia dissidentes, controla narrativas e criminaliza a oposição”.

Apesar de seu pai estar inelegível até 2030, o deputado afirmou que o Brasil ficará “sob a influência da China”, caso Bolsonaro não dispute as eleições de 2026. “Bolsonaro lidera as pesquisas fora da margem de erro e é o único candidato capaz de derrotar a esquerda na eleição de 2026. Se ele ficar fora da eleição, o Brasil vai ficar completamente sob influência da China, não há dúvida em relação a isso”, pontuou.

“Caguei para prisão”, diz Bolsonaro após denúncia da PGR

Mais cedo, Bolsonaro minimizou a possibilidade de ser preso ao comentar publicamente pela primeira a denúncia da PGR. Nesta terça-feira (18), Gonet denunciou Bolsonaro e outras 33 outras pessoas pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa, dano qualificado contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

“Para mim, seria muito mais fácil estar do outro lado junto com a dona Michelle, aproveitando a vida. Não poderia continuar vendo o meu país se deteriorar, se acabar, se afundar. Um país onde se rouba a esperança do seu povo. O tempo todo: ‘Vamos prender o Bolsonaro’. Caguei para prisão”, afirmou o ex-presidente durante um evento do PL.

As penas máximas de todos os crimes imputados a Bolsonaro somam 43 anos de prisão. Mas a dosimetria da pena, caso ele seja condenado, só será definida no final do julgamento da ação penal, que ainda não foi aberta. Bolsonaro sempre negou qualquer irregularidade.

O advogado Celso Vilardi, que coordena a equipe jurídica do ex-presidente, afirmou nesta quinta-feira (20) que a principal estratégia a ser adotada perante o STF visa mostrar que Bolsonaro não participou da suposta elaboração do plano golpista.

Os advogados de Braga Netto classificaram a denúncia como “fantasiosa”. O general da reserva está preso preventivamente desde dezembro de 2024. “Também é surpreendente que a denúncia seja feita sem que o relatório complementar da investigação fosse apresentado pela Polícia Federal. É inadmissível numa democracia, no Estado Democrático de Direito, tantas violações ao direito de defesa serem feitas de maneira escancarada”, disse a defesa do ex-ministro em nota divulgada nesta terça (18).



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