EUA: Trump demite chefe das Forças Armadas – 21/02/2025 – Mundo


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demitiu o general Charles Q. Brown, chefe do Estado-Maior Conjunto e oficial militar sênior do país, nesta sexta-feira (21), após semanas de turbulência no Pentágono e vaivém de decisões sobre demissões em massa na Defesa.

O general de quatro estrelas da aeronáutica, conhecido como C. Q., é o segundo homem negro a ocupar o cargo de chefe do Estado-Maior Conjunto, e será substituído por John Caine, um general de três estrelas aposentado da Força Aérea.

“Quero agradecer ao general Charles “CQ” Brown por seus mais de 40 anos de serviço ao nosso país, incluindo seu papel atual como chefe do Estado-Maior Conjunto. Ele é um homem exemplar e um líder excepcional, e desejo um futuro brilhante para ele e sua família”, publicou Trump na Truth, sua rede social.

“Hoje, tenho a honra de anunciar que estou nomeando o tenente-general da Força Aérea Dan ‘Razin’ Caine para ser o próximo chefe do Estado-Maior Conjunto. O general Caine é um piloto talentoso, especialista em segurança nacional, empreendedor de sucesso e um combatente com significativa experiência entre agências e em operações especiais”, escreveu o presidente.

Tradicionalmente, os chefes do Estado-Maior Conjunto nos EUA permanecem no cargo com mudanças de gestões na Casa Branca, independentemente do partido político do presidente. Mas o governo do republicano tem deixado claro que quer nomear líderes militares de confiança.

Um dos principais desafetos de Trump após o 6 de Janeiro de 2021, a invasão do Capitólio por apoiadores do republicano insuflados por ele, foi o então chefe do Estado-Maior Conjunto, Mark Milley. O militar chamou Trump de fascista e detalhou as condutas do então presidente na tentativa de insurreição.

O republicano afirmou que Milley deveria ser julgado por traição e sugeriu sua execução, após revelações de que o militar fez chamadas secretas com um general chinês para garantir que o então presidente não atacaria a China no fim de seu mandato.

A decisão de demitir Brown reflete ainda a insistência de Trump de que a liderança militar tem estado preocupada e envolvida em demasia com questões de diversidade. O republicano afirma ainda que as Forças perderam de vista seu papel como força de combate para defender o país e está desalinhada o movimento “América First” de Trump.

O secretário de Defesa americano, Pete Hegseth, já havia dito que Brown deveria ser demitido por causa de seu foco “woke” em programas de inclusão nas Forças Armadas, utilizando termo irônico que se tornou comum entre críticos de ideias de diversidade.

“Em primeiro lugar, você tem que demitir o chefe do Estado-Maior Conjunto”, disse Hegseth em uma entrevista a um podcast, em novembro. Ele acrescentou que qualquer general envolvido com esforços de diversidade na caserna deveria ser demitido. “Você está aqui para o combate, e é só isso”, disse ele. “Esse é o único teste decisivo que nos importa.”

No primeiro dia de Hegseth no Pentágono, no entanto, ele ficou ao lado de Brown, que se tornou chefe das Forças em outubro de 2023, e disse que estava ansioso para trabalhar com ele. Mas logo ficou claro que Brown não havia sido acolhido no círculo íntimo de Trump —ele não foi convidado para reuniões importantes com o presidente, segundo autoridades.



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