Cidades eficientes: prefeituras assumem protagonismo na gestão de energia e água

Evento em São José (SC) marca encerramento da quinta fase do Programa Cidades Eficientes e aponta desafios e oportunidades para os municípios brasileiros. / Foto: Divulgação (CBCS)


[SÃO JOSÉ, 26.02.2025]
Redação SC Inova, com informações do CBCS

Prefeituras que lideram ações de eficiência energética e sustentabilidade urbana aceleram a transição para cidades mais resilientes e competitivas. Esse foi o foco do evento Cidades eficientes e o papel das prefeituras brasileiras, realizado no dia 19 de fevereiro em São José (SC), na Grande Florianópolis. O encontro marcou o encerramento da quinta fase do Programa Cidades Eficientes, desenvolvido pelo Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) com apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS).

“A decisão de iniciar o processo de evolução cabe a cada prefeitura. Isso envolve transição energética, inovação tecnológica, descarbonização, adaptação climática e engajamento da população”. Com essa mensagem, Clarice Degani, diretora executiva do CBCS, abriu o evento.

A governança municipal foi um dos principais temas abordados. Degani destacou que cidades que avançaram em iniciativas sustentáveis têm um fator em comum: a liderança das prefeituras. “Quando a gestão municipal estabelece metas e coordena ações entre poder público, setor privado e sociedade civil, ela se torna referência não só para sua população, mas também para outros municípios e até outros países. Transparência e boa aplicação de recursos aceleram a transição energética e contribuem para os compromissos climáticos do Brasil”, afirmou.

Entre as ações desta fase do programa, um dos destaques foi a implementação da plataforma digital de Gestão de Consumo de Energia e Água para edificações públicas municipais. A ferramenta permite monitorar indicadores de consumo de energia, água e gás, gerando comparativos entre diferentes prédios públicos. “A plataforma melhora a gestão, reduz consumo e otimiza recursos públicos”, explicou Maria Andrea Triana, coordenadora técnica do programa.

Os resultados das iniciativas desenvolvidas nas cidades participantes – Florianópolis (SC), Rio de Janeiro (RJ), Palmas (TO), Rio do Sul (SC) e Teresina (PI) – foram apresentados no evento. Daniel Mancebo, do Escritório de Planejamento da Prefeitura do Rio de Janeiro, ressaltou que o trabalho conjunto com o CBCS abre espaço para novas estratégias. 

“Precisamos tornar os edifícios mais eficientes, pois isso impacta diretamente as emissões da cidade. As prefeituras podem liderar pelo exemplo, mostrando como fazer melhor e otimizando recursos para outras prioridades, como políticas sociais e urbanas”, afirmou.

Florianópolis, a primeira cidade brasileira a adotar a plataforma de gestão de consumo do CBCS, ampliou o uso da ferramenta e implementou novas práticas. 

“Trabalhamos há sete anos nessa agenda e criamos uma área específica na prefeitura para inovação e sustentabilidade urbana. Hoje, há uma compreensão maior sobre a importância da eficiência energética, do uso da água e da redução de emissões”, destacou Cibele Assmann, gerente de inovação da Secretaria Municipal de Planejamento da capital catarinense.

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Outro eixo do programa foi o Workshop Mais Eficiência, Menos Consumo, voltado à capacitação de municípios para a implementação da plataforma. Para Carolina Bini, do Departamento de Urbanismo da Prefeitura de Rio do Sul (SC), o treinamento ajudou a consolidar a pauta da eficiência energética no planejamento municipal. “Discutimos a necessidade de modernizar equipamentos, avaliar custo-benefício e reduzir despesas. Houve avanço na percepção de que a sustentabilidade deve ser prioridade entre as secretarias”, disse.

Mesmo com o encerramento desta fase, a iniciativa deve seguir adiante. “Embora o apoio do iCS esteja chegando ao fim, o Programa Nacional de Conservação de Energia e o Ministério de Minas e Energia demonstraram interesse na continuidade, devido ao impacto e potencial de replicação do projeto”, afirmou Roberto Lamberts, conselheiro do CBCS.

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