Cariocas vão a Ipanema protestar contra PEC das Praias

Na manhã deste domingo (9), manifestantes protestaram contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 3/2022, conhecida como PEC das Praias, na Praia de Ipanema, no Rio de Janeiro. O texto, aprovado em dois turnos na Câmara dos Deputados e está em discussão no Senado Federal, visa modificar a Constituição, estabelecendo novas diretrizes para a propriedade e gestão dos terrenos de marinha, ou seja, aqueles que se localizam numa faixa de 33 metros para o interior, a partir da linha de maré alta.Conteúdo relacionadoPEC das praias “toma caldo” e deve sair de pauta no SenadoQuadrilha de garotos de programa extorquia clientes no RJJader apresenta emenda à MP para proteção de ecossistemasCom cartazes contra a PEC, os manifestantes gritaram slogans como “a praia é do povo”, recolheram assinaturas contra a proposta e isolaram uma parte da areia de Ipanema, com fita preta e amarela, para simular uma “privatização” da praia.A PEC ganhou repercussão após uma audiência pública no Senado Federal, e desde então tem recebido muitas críticas, com 99% de reprovação no portal de consulta pública ao cidadão e-Cidadania, do Congresso. “Essa PEC da privatização das praias é realmente um horror. São milhares de quilômetros quadrados passados do Poder Público para o poder privado”, afirmou o deputado estadual Carlos Minc (PSB-RJ), um dos organizadores do protesto.Minc, que foi ministro do Meio Ambiente de 2008 a 2010, diz que a proposta traz impactos negativos tanto ambientais quanto sociais.“A faixa do mar é uma área vulnerável. O mar está subindo. Dez dias atrás, 15 casas foram derrubadas em Macaé. Ainda do ponto de vista ambiental, [a proposta ameaça] restingas, mangues. E eles dizem que a PEC não vai privatizar a praia, mas ao privatizar a área contígua [à praia] você restringe o acesso, limitando uma das poucas coisas que é boa, bonita e barata, a curtição na praia”.Quer ver mais notícias? Acesse nosso canal no WhatsAppUm grupo de pescadores de Sepetiba, na zona oeste da cidade do Rio também participou do protesto. “Se essa PEC realmente passar vai prejudicar a gente, porque a gente precisa dessas áreas para pescar. Se a gente não tiver acesso à praia, de onde vamos tirar nosso sustento”, disse, preocupado, o pescador Cláudio Nei, de 55 anos e que pesca desde os 12.
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