Apenas 2,8% dos médicos brasileiros são pretos, aponta o IBGE

Dados do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam a desigualdade racial no acesso às graduações. Isso porque médicos pretos eram apenas 2,8% dos graduados, enquanto os brancos somavam 75,5%. Os pardos representavam 19%, amarelos 2,4% e indígenas 0,1%. A divisão por gênero foi equilibrada, com homens e mulheres em proporções semelhantes.

O baixo número de especialistas negros no Brasil, sendo médicos ou qualuqer outra especialidade está diretamente ligado a fatores históricos e estruturais que dificultam o acesso da população ao ensino superior. Barreiras como menor acesso a escolas de qualidade, dificuldades financeiras e baixa representatividade acadêmica tornam a profissão uma carreira ainda distante para muitos estudantes negros. 

Além da medicina, outras profissões de prestígio apresentam uma predominância de brancos. O levantamento do IBGE mostrou que cursos como odontologia e economia também têm percentuais elevados de graduados brancos, com 75,4% e 75,2%, respectivamente. Em contrapartida, áreas como serviço social possuem maior representatividade negra, com menos da metade dos graduados sendo brancos (47,2%).

Apesar do crescimento do ensino superior nas últimas décadas, a disparidade racial persiste. O Brasil tem 16 milhões de pessoas brancas com diploma, contra 7,5 milhões de pardas e apenas 1,8 milhão de pretas. 

Especialistas apontam que a sub-representação de negros na medicina e em outras áreas valorizadas reforça desigualdades já existentes na sociedade. A presença de profissionais negros pode contribuir para uma atenção mais equitativa à saúde da população negra, que historicamente enfrenta dificuldades de acesso e qualidade nos serviços médicos.

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