Oscar com derrota de Fernanda Torres amorna celebração – 03/03/2025 – Ilustrada


Para encerrar um final de semana agitado em São Paulo, há quem tenha optado por um pós-carnaval diferente. Deixando de lado a agenda de bloquinhos por um momento, pessoas se reúnem no Reag Belas Artes, cinema de rua dos mais queridos da cinefilia paulistana, para assistir ao Oscar, num evento que prometeu juntar o clima de Carnaval ao de final de Copa do Mundo para celebrar o cinema nacional.

O nome do encontro já entregou o motivo da comoção —é a Festa da Fernanda no Belas. A vontade geral, dá para dizer sem medo de errar, era ver Torres levar a estatueta dourada para casa. A cerimônia da premiação acabou agridoce, mas isso não pôs fim por completo à festa.

O grande momento da noite foi a vitória de “Ainda Estou Aqui” como melhor filme internacional. A plateia se ergueu das cadeiras e não poupou fôlego para comemorar o prêmio histórico quando o filme foi anunciado e após o discurso de Walter Salles.

O êxtase deu lugar à decepção na conclusão da cerimônia do Oscar, quando “Anora” venceu “Ainda Estou Aqui” nas duas categorias que encerraram a noite, melhor atriz e melhor filme. Quando Mikey Madison ganhou de Fernanda Torres, houve revolta. Já na entrega seguinte, predominou a indiferença, e as pessoas começaram a deixar a sala mesmo antes do fim do último discurso de vitória.

Esperando as pessoas no andar debaixo do Belas Artes, um DJ tocava remixes eletrônicos de músicas brasileiras. O pós-Oscar acabou morno, sem o clima de celebração esperado. Programado para acabar às 4h30, o clima já era de fim de festa às 1h30, quando começava.

Desde o começo da noite, a plateia deixou claro os seus afetos e desafetos. O cinema vaiou quando o apresentador Conan O’Brien falou de Karla Sofía Gascón, mas recebeu com euforia a primeira menção a “Ainda Estou Aqui”. Os gritos voltavam toda vez que a câmera passava pelo elenco do filme brasileiro, mesmo quando por acaso.

O asco ao rival também reapareceu a cada menção, especialmente nas recepções amargas das estatuetas de atriz coadjuvante, de Zoe Saldaña, e de canção original, pela música “El Mal”.

Não era só Fernanda Torres que movimentou a torcida do evento. “Wicked” se destaca entre os outros queridos da noite. Ariana Grande e Cynthia Erivo foram acolhidas aos berros quando cantaram na abertura da premiação, e o prêmio de melhor figurino, primeiro conquistado pelo musical nesta noite, foi comemorado. Também foram bastante aplaudidos os prêmios de “Conclave”, por roteiro adaptado, e “A Substância”, por cabelo e maquiagem, e “Duna”, por som.

A cerimônia deste ano começou às 21h, mas as filas para entrar nas salas de exibição já se formavam pouco depois das 19h. Aqui e ali, bandeiras do Brasil e camisetas da seleção davam o tom da torcida, mas a maioria dos que vieram optou por um visual mais comum.

Há, no entanto, quem tenha investido no visual. Silvia Seles, de 31, especialista de marketing de produto, planejou o seu há dois meses. Antes mesmo de o evento ser anunciado, pensando no carnaval, descolou a clássica blusinha vermelha e branca e a saia clara que Fátima e Sueli vestem para trabalhar em “Tapas e Beijos”, atração favorita entre os fãs de Fernanda Torres.

“É uma grata surpresa ver o Brasil, depois de uma crise como a pandemia, ter um filme como ‘Ainda Estou Aqui’, encher salas”, Silvia diz.

Os ingressos foram vendidos por R$ 33,00 na plataforma Sympla. Foram vendidas, ao todo, mais de 500 entradas, segundo a organização do espaço, a lotação máxima de duas salas, uma em que a transmissão terá áudio original, e outra com tradução simultânea.



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