ExpansãoNo que se refere aos municípios polos de produção de produtos apícolas, Capitão Poço liderou com 120 toneladas produzidas em 2022, o que corresponde a aproximadamente 16% da produção do Estado. Em seguida, vêm Bragança (36,6 t), Garrafão do Norte (35 t), Viseu (33,8 t) e Ourém (32 t). Esses cinco municípios principais respondem por aproximadamente 35% da produção do estado.Quanto ao destino de exportação, o mel paraense tem como principal mercado os Estados Unidos, que corresponderam a 99% do volume exportado em 2023, seguidos pela Alemanha, Turquia e Grécia. Considerando o destino do volume acumulado de mel até maio de 2024, 99,74% destina-se aos EUA (77,30%) e à Alemanha (22,45%).
Andrio ressalta a importância de outros fatores que agregam pontos positivos neste tipo de produção no Pará. “Entre eles temos o apoio governamental: Programas de incentivo e suporte técnico da Sedap e outras entidades fortalecem a infraestrutura dos produtores. Conscientização e educação: Ações de conscientização sobre boas práticas apícolas e a importância da sanidade das colmeias”., garante. “E tem investimentos em infraestrutura. Convênios para construção de entrepostos de mel e investimentos em equipamentos. Intercâmbio de conhecimentos: Eventos como o Intercâmbio da Meliponicultura promovem a troca de experiências e conhecimentos. Tudo isso combinado com o potencial natural e o crescente interesse no mel e outros produtos apícolas faz com que sejamos otimistas com o futuro”, garante.A cadeia produtiva é positiva para a economia, a ecologia e a saúde humana. As abelhas são responsáveis pela polinização de cerca de 80% das culturas de plantas, o que é essencial para a produção de alimentos e a manutenção da biodiversidade. Além do mel, as abelhas produzem própolis, geleia real, cera e pólen, todos com propriedades benéficas e usos variados, explica Andrade.Em relação a economia, a apicultura gera empregos e renda para famílias, especialmente em áreas rurais. Já a polinização, conecta os ecossistemas selvagens e os sistemas de produção agrícola, ajudando a manter a biodiversidade e a saúde dos ecossistemas. O representante da Sedap afirma que a saúde humana também ganha com essa cultura, com produtos como o própolis, que têm propriedades antibacterianas, antivirais e antifúngicas, sendo utilizados em diversos produtos farmacêuticos e cosméticos. A cera de abelha é usada na fabricação de velas e sabonetes, e a geleia real é conhecida por suas propriedades nutritivas e revitalizantes. “A sustentabilidade dessa cadeia é essencial para garantir que esses benefícios continuem a ser aproveitados pelas gerações futuras”, concluiu Andrio.Segundo o apicultor e meliponicultor Alix Ribeiro da Silva, que também é proprietário da Urusul – Consultoria e Produtos da Amazônia, o Pará tem capacidade de ser o maior produtor de mel do Brasil. A principal justificativa está relacionada ao clima e o controle de doenças em abelhas na região paraense, além da diversidade de florada que formam o pasto apícola para as abelhas.Localizada na Comunidade Rural Vila do Travessão, na cidade de Santa Izabel, a Urusul produz mel, própolis, sabonetes e velas de cera derivados dessa atividade. “É necessário que os produtores estejam mais presentes no processo, pois muitos atuam apenas aos fins de semana. No entanto, as abelhas precisam de cuidados diários, incluindo alimentação específica e proteica, para que haja um desenvolvimento e uma produção mais eficaz”, detalha.Ribeiro acrescenta: “Dessa forma, considero o trabalho com a apicultura fundamental, pois vai além da produção de mel. O maior serviço que as abelhas realizam é a polinização. Sem elas não há floresta, alimento e nem vida. Além disso, com os cuidados diários que mencionei, é possível que, no futuro, possamos nos tornar um dos maiores produtores do Brasil, não apenas da região Norte”.