Goiânia registrou R$ 8 bilhões em vendas no mercado imobiliário em 2024

O mercado imobiliário de Goiânia alcançou resultados históricos em 2024 e se consolidou como o terceiro maior do Brasil, ficando atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. O setor cresceu 35% em vendas, alcançando cerca de R$ 8 bilhões em transações, segundo a pesquisa da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO). 

O ano passado registrou o maior volume de vendas imobiliárias na capital desde 2010. Para Diego Amaral, advogado especialista em direito imobiliário, um dos fatores determinantes foi o preço historicamente mais baixo do metro quadrado em comparação com outras cidades brasileiras. “Como o valor médio do metro quadrado sempre foi muito inferior ao de outras capitais, havia um grande espaço para valorização. A entrada de novos produtos, a sofisticação das incorporadoras e a busca pela casa própria no pós-pandemia impulsionaram o mercado, resultando em um crescimento expressivo da valorização imobiliária”, afirma.

As projeções para o setor seguem otimistas. “As perspectivas são as melhores possíveis. O mercado continuará crescendo e o preço dos imóveis seguirá em alta nos próximos anos. Embora a velocidade de valorização não seja tão acelerada quanto em 2021, ainda haverá uma constante elevação nos preços”, prevê o especialista.

Aprovada em 2024, a reforma tributária também deve influenciar os custos dos novos empreendimentos. Amaral alerta para um possível aumento médio de 3% a 5% no valor dos imóveis. “Sem entrar nos detalhes técnicos dos tributos, a reforma trará impactos no custo dos empreendimentos, o que inevitavelmente será repassado ao consumidor final”, destaca.

Em 2024, as propriedades na capital tiveram uma valorização de 17%, com o preço médio do metro quadrado atingindo R$ 9.287. Nos bairros mais valorizados, como Setor Marista, Jardim Goiás, Bueno e Oeste, o valor chegou a R$ 11.439 por metro quadrado.

O diretor de pesquisas e estatísticas da Ademi-GO, Credson Batista, destaca que Goiânia superou a média nacional de crescimento no setor. “Enquanto o Brasil teve um aumento de 20% nas vendas, Goiânia cresceu 29%, um reflexo do crescimento econômico e demográfico acima da média nacional”, afirmou.

O segmento de habitação popular também apresentou um aumento expressivo. O volume de unidades lançadas pelo programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) cresceu 91%, passando de 1.936 unidades em 2023 para 3.704 em 2024. As vendas também mais que dobraram, alcançando 3.020 unidades vendidas.

Contudo, Aparecida de Goiânia enfrenta desafios na expansão do programa devido a entraves na legislação municipal. Felipe Melazzo, presidente da Ademi-GO, ressalta a necessidade de ajustes para ampliar o acesso à moradia digna. “O município precisa rever sua legislação para atrair mais investimentos e fomentar a habitação de interesse social”, destacou.

Previsão 

A expectativa para 2025 é de continuidade na valorização dos imóveis. Nos últimos três anos, os preços subiram em média 20% ao ano, e a projeção é de que essa tendência continue. Fernando Razuk, presidente do conselho da Ademi-GO, explica que o setor ainda tem grande potencial de crescimento. “Goiânia tem um dos metros quadrados mais baratos entre as capitais brasileiras, o que torna o investimento ainda mais atrativo”, pontuou.

Apesar do cenário positivo para investidores, os empreendedores enfrentarão desafios. A falta de mão de obra qualificada e a alta dos juros para financiamento de obras são fatores que podem dificultar novos empreendimentos. Além disso, a reforma tributária e o Plano Diretor de Goiânia devem impactar no custo dos imóveis.

“Os preços dos imóveis continuarão subindo nos próximos meses. Para quem deseja investir, o momento é agora”, alerta Melazzo.

Com a expectativa de continuidade na valorização e os desafios para os empreendedores, 2025 promete ser um ano decisivo para o mercado imobiliário em Goiânia

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