Cooperativa de reciclagem corre risco de fechar por falta de apoio financeiro

Os rejeitos na coleta seletiva sempre foram um problema para a destinação correta dos itens. Como o próprio nome já diz, este itens são, descartes que ainda não há um reaproveitamento na reciclagem e na logística reversa. Itens considerados rejeitos tem sua origem dentro das casas e são associados com descarte de higiene como: fraldas usadas, orgânicos, pedaços de madeira, papeis higiênicos, papelão com restos de alimentos e bitucas de cigarro.

Por causa da junção da falta de novas tecnologias no processamento e na dificuldade de reaproveitamento de rejeitos, estes materiais podem ser encontrados em grandes quantidades no aterro sanitário de Goiânia, gerido pela Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). Contudo, este amontoado de rejeitos não reaproveitáveis pode representar um risco ao meio ambiente, principalmente na contaminação do solo e dos recursos hídricos. Em um lugar ideal, estes materiais seriam destinados e reaproveitados de alguma forma.

 Com isso em mente, cinco cooperativas de catadores de resíduos firmaram uma parceria para dar destinação correta aos rejeitos fora do aterros a fim de conciliar a redução no impacto ambiental e novas oportunidades financeiras. Contudo, como diz o presidente da Cooperativa Beija Flor, Claubi Teixeira, ao jornal O HOJE, este empreendimento pode estar em perigo pela falta de incentivos públicos que facilitem as operações das cooperativas. Segundo ele, as empresas da associação vendem os rejeitos para uma sementeria, estes materiais são incinerados nas fornalhas para a fabricação do cimento no uso da construção civil.

O que já se tem de resultados de apenas uma empresa pode ajudar a diminuir os impactos ambientais dos rejeitos na Capital. Como conta, já houve a redução no encaminhamento de rejeitos para o aterro de Goiânia em até 97%, se comparado com o período anterior a parceira. “Por semana nós coletamos em média 15 toneladas de rejeitos, isso dá umas 60 toneladas por mês que iam para o aterro. Só que hoje com a nossa parceria nós enviamos apenas cerca de 2 toneladas por mês para o aterro”. 

A empresa, que fica no município de Cezarina, a uma hora de carro da capital, compra os rejeitos por tonelada de material recolhido. Contudo, demanda que eles sejam prensados para o transporte correto em carretas. No entanto, só existe uma empresa em Goiânia que faz a terceirização da prensa pelo alto valor de compra do maquinário.

Além da diminuição do impacto ambiental, esta parceria é também uma oportunidade de aumento de lucro das cooperativas que já têm dificuldades financeiras pela falta de investimentos públicos. Segundo ele, a empresa paga R$ 100 para cada tonelada de rejeitos recolhidos. A carreta que é enviada toda semana pela empresa recolhe em média 20 toneladas por viagem com um faturamento de R$2 mil. Se somar com a quantidade de recolhimento médio de 60 toneladas por mês com o valor de revenda, a Cooperativa de Claubi fatura por mês R$ 6000 com a operação.

Porém, se subtrair este valor com os custos das operações as oportunidades de lucro podem diminuir consideravelmente para apenas pouco mais de R$1 mil uma vez que as despesas podem chegar a R$5 mil. De acordo com ele, a falta de uma lei municipal da coleta seletiva que regula a atividade das cooperativas compromete a atividade, uma vez que ficam de fora de incentivos fiscais. “Quando eu assumi a cooperativa nós tínhamos 26 caminhões de lixo, só que hoje nós temos apenas 20 e alguns precisam de concerto”.

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