A falta de vagas em UTIs segue causando mortes nas UPAs de Goiânia

A escassez de leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) continua provocando mortes em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Goiânia. Nesta quinta-feira (5), a jovem Graziely, de 25 anos, faleceu devido a uma parada cardiorrespiratória enquanto aguardava uma vaga na UTI, que não foi disponibilizada a tempo. Ela estava internada na UPA Maria Pires Perillo, localizada no Jardim Curitiba I, na região Noroeste da capital.

A situação está longe de ser um caso isolado. Familiares de pacientes relatam que a espera por um leito de UTI tem ultrapassado sete dias, desrespeitando a legislação, que estabelece um prazo máximo de 24 horas para a transferência. Além da falta de vagas, parentes denunciam a escassez de insumos, medicamentos respiratórios e antibóticos essenciais para os atendimentos nas salas de reanimação.

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No Cais de Campinas, um bebê só conseguiu vaga na UTI após três dias de espera. No fim do ano passado, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) havia informado que a fila por leitos de UTI estava zerada, um discurso que não condiz com a atual realidade enfrentada pelos pacientes e seus familiares.

Secretaria Estadual de Saúde

Ainda na quarta-feira (5), a SES declarou que a oferta de leitos de UTI para adultos e crianças segue dentro da normalidade na rede pública estadual. O órgão justificou o aumento da demanda citando a sazonalidade de doenças respiratórias e arboviroses, fatores que sobrecarregam o sistema de saúde.

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que o setor enfrenta um estado de calamidade desde o início da nova gestão.

Secretaria Municipal de Saúde

Em nota oficial, a SMS confirmou o falecimento da paciente G.S.S. enquanto aguardava uma vaga na UTI. A solicitação foi feita às 9h da manhã da última quarta-feira (5), mas a paciente veio a óbito por parada cardiorrespiratória às 17h do mesmo dia.

Atualmente, duas crianças aguardam leitos em UTI Pediátrica na capital. Os pedidos foram encaminhados ao complexo regulador municipal e estadual, e os pacientes serão transferidos assim que houver disponibilidade de vagas.

A SMS destacou que tem realizado uma força-tarefa para minimizar o desabastecimento das unidades de saúde, com a compra emergencial e distribuição de 72 tipos de medicamentos.

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