Centrão pressiona por definição de nome à direita para 2026

Ao contrário do que se vê no campo progressista, a direita tem inúmeros possíveis candidatos à Presidência da República. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não possui concorrentes à esquerda, diferente do que acontece na oposição. Diversos atores políticos são cotados para disputar o Palácio do Planalto em 2026, enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), inelegível até 2030 e principal cabo eleitoral à direita, insiste em sua candidatura. A indefinição tem causado insatisfação nos caciques do Centrão.

Distantes do atual governo, os partidos centristas caminham para apoiar o candidato que se oponha a Lula e reúna as maiores chances de vitória. Bolsonaro é quem possui o maior capital político, porém, é improvável que o ex-presidente consiga reverter a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o deixa inapto de disputar eleições por 8 anos. Entretanto, o ex-chefe do Executivo e seus apoiadores tratam a candidatura do ex-chefe do Executivo como prioridade.

Em entrevista recente para o jornalista Léo Dias, Bolsonaro afirmou: “O sucessor sou eu”. Para a Jovem Pan, o ex-presidente declarou que só “depois de morto” irá apoiar outro candidato para a Presidência, reforçando a pretensão de disputar o Planalto no ano que vem. 

A leitura dos figurões do Centrão é que o endosso de Bolsonaro levaria qualquer candidato a um posto de destaque. Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, é o principal cotado para ser o principal candidato da direita em 2026 e para o Centrão a agilidade na formação de um sucessor de Bolsonaro alavancaria as chances de vitória. O temor é que Bolsonaro repita a estratégia de Lula em 2018, que manteve sua candidatura mesmo estando preso. Na ocasião, o PT lançou o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no fim do prazo legal para o registro das candidaturas.

Leia mais: Governo goiano prepara projetos prioritários para o pós-carnaval

Outro temor do Centrão é que Bolsonaro opte por apoiar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), seu filho, ou até mesmo a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro. A ideia do bloco é ter o apoio de Bolsonaro, mas em uma candidatura que esteja mais ligada aos partidos de centro – como seria a de Tarcísio; a do governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), ou a do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil). 

O senador Ciro Nogueira, presidente do Progressistas (PP), já afirmou, em entrevista à Folha de S. Paulo, que se a decisão do ex-presidente for apoiar Tarcísio ou Ratinho, que ela aconteça ainda até o fim deste ano, para que haja tempo hábil para uma transição e impulsionar a candidatura. Para o Estadão, o deputado Marcos Pereira, presidente do Republicanos, declarou que é necessário “tempo para organizar o campo da centro-direita”. 

Ademais, a urgência do Centrão para que Bolsonaro nomeie um sucessor ocorre em meio a indícios de que o bloco está se afastando do governo Lula 3. Como já mostrado anteriormente pelo O HOJE, o desgaste do Executivo em véspera de ano eleitoral tem afastado a cúpula do Centrão, que já não enxerga com bons olhos estar atrelado a Lula e seus aliados de primeiro escalão. Por isso, os caciques pressionam para que o concorrente ao atual presidente seja definido. (Especial para O Hoje)

Adicionar aos favoritos o Link permanente.