Caiado nega definição de chapa com Gusttavo Lima – 06/03/2025 – Poder


Ronaldo Caiado (União Brasil) e Gusttavo Lima devem participar de eventos políticos nos próximos meses, mas não há definição sobre chapa presidencial conjunta entre os dois, afirmaram nesta quinta-feira (6) aliados do governador de Goiás e o próprio político.

Em entrevista, Caiado disse que o cantor estará ao seu lado em algumas viagens pelo país, que ambos discutirão seus rumos políticos em conjunto no ano que vem, mas que não existe na política definição de chapa presidencial faltando mais de um ano e meio para as eleições.

“Modéstia à parte, eu tenho alguns anos na política, se não me engano, 40 e poucos anos”, disse Caiado ao podcast do jornal O Popular. “Como você pode decidir uma chapa de presidente da República no dia 6 de março de 2025 para uma eleição em que vai ter uma convenção do partido até 6 de agosto de 2026? Isso não não existe.”

Segundo Caiado, o que há nesse momento é uma proposta dele e de Gusttavo Lima de “poder caminhar o Brasil”. “Vamos ver o resultado no final de junho de 2026. Tanto eu como Gusttavo Lima definiremos de forma conjunta os nossos rumos e nossas ações em 2026.”

As declarações representam um tom abaixo às relatadas em reportagem desta quarta-feira (5) do jornal O Globo, que registra frase do governador segundo a qual ele e o cantor iriam “sair juntos para disputar a Presidência”. Também nesta quarta, o UOL relatou que Caiado confirmou a informação.

A proximidade de Caiado com o artista auxilia a pré-candidatura presidencial do governador no que hoje é seu atual ponto mais frágil —o desconhecimento fora de Goiás e a sua tentativa de se viabilizar no campo da direita e no próprio partido como candidato à sucessão de Lula.

Caiado vem se lançando desde o ano passado à Presidência, mas conta com uma forte concorrência no campo da direita.

Em primeiro lugar, ele tem batido de frente com Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente travou (e perdeu) uma batalha eleitoral contra o governador nas eleições municipais de Goiânia, ocasião em que chamou o governador de “covarde” durante um comício e em que acompanhou a apuração do segundo turno in loco na capital de Goiás.

Mesmo que Bolsonaro permaneça de fora da disputa de 2026 devido à sua inelegibilidade, há hoje vários outros nomes cogitados para disputar no campo da centro-direita e da direita, entre eles o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

No dia 4 de abril, Caiado estará em Salvador para receber título de cidadão honorário e aproveitará a ocasião para “lançar” mais uma vez sua pré-candidatura à Presidência.

Em nota, Gusttavo Lima confirmou que irá ao evento, mas descartou um posicionamento político agora.

“Em relação a especulação sobre possível filiação partidária do cantor, enfatizamos que Gusttavo Lima participará do evento em questão estritamente em apoio a Ronaldo Caiado (de quem é amigo pessoal), não existindo definições sobre esse assunto. Reforçamos que Gusttavo Lima não tem partido, mas apoia o governador do estado de Goiás. Qualquer decisão por parte do cantor somente será tomada em 2026”, disse a empresa que gerencia sua carreira artística.

O cantor sertanejo manifestou no começo do ano a intenção de se candidatar à Presidência e disse estar à procura de um partido.

De acordo com pesquisa Quaest de fevereiro, Lula bateria nomes os aventados até o momento para disputar as eleições de 2026, mas Gusttavo Lima é o que mostra a menor desvantagem num eventual segundo turno (41% a 35%).

A diferença de Lula sobre Caiado seria de 19 pontos percentuais (45% a 26%).

Pessoas próximas ao governador de Goiás e outros políticos do estado ouvidos pela Folha dizem ter fortes dúvidas sobre a real intenção de Gusttavo Lima de ingressar na política e disputar a Presidência.

Além do cantor sertanejo, Caiado disse que pretende conversar também com o ex-candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB), condenado no mês passado pela Justiça Eleitoral de São Paulo por abuso de poder político e econômico, com consequente inelegibilidade de oito anos, a partir de 2024. Cabe recurso.

Marçal é outro do campo da direita que tem se colocado como pré-candidato à Presidência em 2026. Recentemente, ele descartou ser vice de Gusttavo Lima, hipótese aventada pelo presidente de seu partido, Leonardo Avalanche.



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