Haddad e Marina estiveram em Lula 1, 2 e 3 e miram recorde – 06/03/2025 – Poder


Os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Marina Silva (Meio Ambiente) são os únicos que compuseram em algum período o primeiro escalão dos três governos de Lula, de 2003 a 2006, de 2007 a 2010 e de 2023 até agora.

Caso permaneçam no cargo, eles vão superar no segundo semestre o recorde de tempo de ministério sob Lula, atualmente com os petistas Luiz Dulci e Celso Amorim —respectivamente ministros da Secretaria-Geral da Presidência e de Relações Exteriores de Lula 1 e 2. Os dois ficaram oito anos no cargo.

Haddad (PT), 62 anos, e Marina (Rede Sustentabilidade), 67, têm, respectivamente, 7 anos e 7 meses e 7 anos e 6 meses sob o comando de Lula.

Eles já superaram o período de Dilma Rousseff (PT), que foi ministra de Minas e Energia e, depois, da Casa Civil de Lula por 7 anos e 3 meses —ela deixou o cargo no primeiro trimestre de 2010 para disputar a sucessão do petista.

Apesar da coincidência de tempo, Haddad e Marina têm uma trajetória distinta nas gestões Lula.

A ministra do Meio Ambiente foi uma das principais auxiliares do presidente em seus primeiros anos e seu círculo político chegou a cogitar a possibilidade de ela disputar a Presidência com o apoio do petista.

Ao perder espaço interno para Dilma, porém, e passar por derrotas em embates dentro do governo, Marina pediu demissão em maio de 2008. Meses depois, se desfiliou do PT, partido ao qual havia militado por 30 anos, pavimentando assim o caminho para as três eleições presidenciais seguidas que disputaria.

Em 2010, pelo PV, ela ficou em terceiro, com 19,3% dos votos válidos, despontando como a mais forte terceira via para a então polarização entre PT e PSDB.

Quatro anos depois, dessa vez filiada ao PSB, assumiu a cabeça de chapa da disputa após a morte em um acidente aéreo de Eduardo Campos (PSB).

Em agosto daquele ano ela chegou a empatar com Dilma na liderança da pesquisa do Datafolha. Após uma campanha negativa da propaganda televisiva do PT, porém, ela desidratou e acabou ultrapassada na reta final por Aécio Neves (PSDB).

Já em 2018, filiada ao partido que criou, a Rede, Marina teve seu prior desempenho. Ficou em oitavo na disputa, com apenas 1 milhão de votos (1% dos votos válidos).

Na campanha de 2022 se reconciliou com Lula e com o PT, virando novamente sua ministra do Meio Ambiente no ano seguinte.

Assim como nas gestões passadas, ela continua a enfrentar embates internos no governo. Em um dos mais recentes, assistiu a Lula falar em “lenga-lenga” do Ibama na discussão da exploração de petróleo na Bacia Foz do Amazonas.

Já Haddad chegou ao primeiro escalão de Lula em decorrência do turbilhão provocado pelo escândalo do mensalão, em 2005.

Então secretário-executivo de Tarso Genro no Ministério da Educação, ele foi indicado a Lula pelo chefe, que teve de sair para assumir o comando do PT —o então presidente da sigla, José Genoino, havia acabado de renunciar em decorrência da pressão causada pelo escândalo político.

Durante a gestão de Haddad na Educação foram desenvolvidos os exitosos Prouni (Programa Universidade para Todos) e Sisu (Sistema de Seleção Unificado).

Haddad seguiu ministro no governo Dilma até ser escolhido por Lula para disputar e vencer a Prefeitura de São Paulo, em 2012.

O petista naufragou, entretanto, na tentativa de reeleição, perdendo no primeiro turno para João Doria (PSDB) quatro anos depois, em 2016.

Apesar disso, acabou sendo o escolhido por Lula para substitui-lo como candidato ao Palácio do Planalto, em 2018, ocasião em que o ex-presidente estava preso e inelegível.

Haddad foi para o segundo turno com Jair Bolsonaro e acabou derrotado por 55% a 45% dos votos válidos.

O petista disputou o Governo de São Paulo em 2022 e novamente perdeu, dessa vez para Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Seu cacife dento do PT cresceu, porém. Foi ele quem deu início à aproximação entre os então rivais Lula e Geraldo Alckmin para a aliança que, no fim, formou a chapa vencedora da eleição presidencial. Na avaliação interna, o seu desempenho na campanha também ajudou a votação de Lula no estado. O retrospecto de lealdade ao petista também foi essencial.

Em dezembro de 2022, o presidente eleito o anunciou ministro da Fazenda, posto que ocupa até o momento.

Assim como Marina, Haddad também trava embates internos. Parte do PT coloca na conta do ministro a responsabilidade pela atual impopularidade de Lula. Integra essa ala, entre outros, a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, escolhida agora por Lula para comandar a sua articulação política.



Source link

Adicionar aos favoritos o Link permanente.