Israel diz que não venderá eletricidade a Faixa de Gaza – 09/03/2025 – Mundo


O ministro da Energia de Israel, Eli Cohen, disse, neste domingo (9), que instruiu a fornecedora de energia do país a não vender eletricidade para a Faixa de Gaza como forma de pressionar o Hamas a libertar reféns mantidos no território palestino.

Embora tenha pouco impacto imediato, uma vez que Tel Aviv já cortou o fornecimento de energia para Gaza no início da guerra, a medida afetaria uma estação de tratamento de águas residuais, de acordo com a fornecedora, a Corporação de Eletricidade de Israel.

Além disso, a ação se somaria a outras que vêm sendo tomadas contra o território, já devastado por 15 meses de bombardeios israelenses. Há uma semana, por exemplo, o Estado judeu bloqueou a ajuda humanitária a Gaza sob o mesmo argumento, ainda que a medida tenha o potencial de impactar milhares de civis.

“Acabei de assinar a ordem para interromper imediatamente o fornecimento de eletricidade à Faixa de Gaza”, disse Cohen, em uma declaração em vídeo, ao anunciar a medida deste domingo. Ele acrescentou que Israel “usará todas as ferramentas à sua disposição para trazer de volta os reféns e garantir que o Hamas não esteja em Gaza” após o fim da guerra.

O anúncio ocorre em meio a esforços para manter o cessar-fogo em vigor desde janeiro. Enquanto o grupo terrorista pede negociações imediatas sobre a segunda fase da trégua para levar ao fim definitivo da guerra, Israel prefere uma extensão da primeira fase, que terminou no início deste mês, até meados de abril.

Representantes do Hamas se encontraram com mediadores no Cairo neste fim de semana com o objetivo de retomar as entregas de ajuda humanitária ao território palestino “sem restrições ou condições”, disse a facção em um comunicado.

“Pedimos aos mediadores do Egito e do Qatar, assim como aos representantes da administração americana, que garantam que a ocupação cumpra o acordo (…) e prossiga com a segunda fase do acordo”, disse o porta-voz do grupo terrorista, Hazem Qassem, à agência de notícias AFP.

A primeira fase, com duração de seis semanas, permitiu a troca de 25 reféns israelenses vivos e oito mortos por 1.800 prisioneiros palestinos mantidos em Israel. Também permitiu a entrada de alimentos e ajuda médica em Gaza, agora bloqueados novamente.

“Até agora, apenas 10% dos suprimentos médicos necessários foram autorizados a entrar, agravando a crise”, disse o porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, Jalil al-Dakran. Organizações humanitárias afirmam há mais de um ano que a situação humanitária no território é catastrófica.

As principais demandas do Hamas para a segunda fase incluem a retirada total de Israel de Gaza, o fim do bloqueio israelense, a reconstrução do território palestino e apoio financeiro. O gabinete do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu anunciou que enviará delegados a Doha para continuar as discussões.

Apesar do fim da fase inicial da trégua, ambos os lados evitaram um retorno à guerra total, embora tenha havido episódios esporádicos de violência. Neste domingo, por exemplo, Israel realizou um ataque aéreo contra o que disse ser um grupo de combatentes no norte da Faixa de Gaza.

“Vários terroristas foram vistos perto de tropas do Exército enquanto tentavam esconder um dispositivo explosivo no chão no norte de Gaza”, disseram os militares em um comunicado.



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