Anac suspende operação aérea da Voepass por falta de segurança – 11/03/2025 – Mercado


A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) suspendeu, a partir desta terça-feira (11), as operações aéreas da Voepass, companhia formada pela Passaredo Transportes Aéreos e pela Map Linhas Aéreas.

Segundo a Anac, a suspensão será mantida até que a empresa comprove a correção de “não conformidades relacionadas aos sistemas de gestão previstos em regulamentos”.

Os passageiros afetados pelo cancelamento de voos devem procurar a empresa ou agências de viagem responsáveis pelas vendas de passagens para reembolso ou reacomodação em outras companhias.

A Voepass possui seis aeronaves e a operação da companhia incluía 15 localidades com voos comerciais e duas com contratos de fretamento.

“A decisão da Anac decorre da incapacidade da Voepass em solucionar irregularidades identificadas no curso da supervisão realizadas pela agência, bem como da violação das condicionantes estabelecidas anteriormente para a continuidade da operação dentro dos padrões de segurança exigidos”, diz nota da Anac.

Após o acidente aéreo ocorrido no dia 9 de agosto do ano passado, em Vinhedo (SP), foi implantada uma operação assistida de fiscalização da Anac nas instalações da companhia.

Funcionários da agência acompanharam os trabalhos de operação e manutenção da empresa para verificar as condições necessárias à garantia da segurança.

A queda do voo 2283, que fazia a rota entre Cascavel (PR) e Guarulhos (SP), causou a morte de 62 pessoas.

Em outubro de 2024 a Anac exigiu a redução da malha da companhia, o aumento do tempo de solo das aeronaves para manutenção, a troca de administradores e a execução de plano de ações para a correção de irregularidades.

De acordo com a Anac, no final do mês passado, após nova rodada de auditorias, foi identificada a “degradação da eficiência do sistema de gestão da empresa em relação às atividades monitoradas e o descumprimento sistemático das exigências feitas pela agência”.

Além disso, foi constatada a reincidência de irregularidades apontadas e consideradas sanadas pela agência nas ações de vigilância e fiscalização anteriores e a falta de efetividade do plano de ações corretivas.

“Ocorreu, assim, uma quebra de confiança em relação aos processos internos da empresa devido a evidências de que os sistemas da Voepass perderam a capacidade de dar respostas à identificação e correção de riscos da operação aérea”, reforça a agência.

A Voepass ainda não comentou a decisão.



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