Guerra comercial: UE anuncia medidas contra tarifa dos EUA – 12/03/2025 – Mercado


As tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para os Estados Unidos entraram em vigor nesta quarta-feira (12), o que provocou medidas de retaliação da União Europeia e a irritação da China, que promete fazer o “necessário” para defender seus interesses.

O presidente Donald Trump havia prometido em fevereiro que adotaria tarifas contra os dois metais e seus derivados sem exceções, o que inclui Canadá e México, parceiros de Washington no Tratado de Livre Comércio da América do Norte.

A União Europeia respondeu nas primeiras horas desta quarta-feira (12) com a renovação de tarifas sobre produtos americanos que havia adotado em 2018 e 2020, mas que posteriormente ficaram sem efeito.

Além disso, complementou as medidas com um novo pacote de tarifas contra produtos dos Estados Unidos, que inclui o ‘bourbon’, motos Harley Davidson e iates.

“Acreditamos veementemente que, em um mundo repleto de incertezas geopolíticas e econômicas, não é do interesse comum sobrecarregar nossas economias com tarifas”, declarou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, afirmou que “as ações dos Estados Unidos violam seriamente as regras da (Organização Mundial do Comércio), prejudicam gravemente o sistema comercial multilateral baseado em regras e não contribuem para a solução do problema”.

Ela acrescentou que a China – maior produtor mundial de aço – “adotará todas as medidas necessárias para salvaguardar seus direitos e interesses legítimos”.

O Reino Unido afirmou que está “desapontado” com as medidas dos Estados Unidos, mas anunciou que não adotaria medidas de retaliação imediatas.

“Estamos focados em uma abordagem pragmática e em negociar rapidamente um acordo econômico mais amplo com os Estados Unidos para eliminar as tarifas adicionais”, declarou o secretário de Comércio, Jonathan Reynolds.

O Japão lamentou não ter sido excluído das tarifas americanas, mas não anunciou represálias até o momento, segundo o porta-voz do governo, Yoshimasa Hayashi.

O país mais afetado pelas tarifas americanas será o Canadá, que fornece metade das importações de alumínio e 20% das importações de aço dos Estados Unidos, segundo a consultoria EY-Parthenon.

No caso do alumínio, Emirados Árabes Unidos, Coreia do Sul, Bahrein e China, que representam entre 3% e 6% das importações americanas, também sofrerão as consequências.

Brasil, Índia, Argentina e México abastecem o mercado em menor escala, mas “ainda assim podem sofrer interrupções na cadeia de suprimento à medida que os compradores ajustem suas estratégias de abastecimento”, alerta a consultoria.

No setor de aço, Brasil (17% das importações) e México (10%) serão os mais afetados depois do Canadá. Em seguida, aparecem Coreia do Sul, Alemanha e Japão.



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