USP Ribeirão: Professor é investigado por assédio sexual – 12/03/2025 – Educação


A USP (Universidade de São Paulo) abriu um processo administrativo para investigar denúncias de assédio sexual e moral contra um professor do departamento de química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, no interior paulista.

José Maurício Rosolen já era alvo de averiguação preliminar desde setembro de 2024. Os encarregados da investigação concluíram que havia indícios de crime. Por isso, “foi instaurado processo administrativo disciplinar em desfavor do docente. Para preservar os envolvidos e para que o processo ocorra sem influências das partes, ele foi afastado de suas atividades na Faculdade pelo prazo de 180 dias”, diz a faculdade em nota.

“Reiteramos que a FFCLRP repudia qualquer forma de assédio, discriminação ou conduta inadequada, reafirmando seu compromisso com um ambiente acadêmico ético e respeitoso”, completa a instituição.

O professor foi procurado pela reportagem por mensagem de celular e email na manhã deste domingo (9), mas não respondeu aos contatos até a publicação deste texto.

O regimento interno da USP diz que o processo administrativo, conduzido pela Procuradoria Geral, tem prazo de 90 dias para ser concluído. Ele começa com uma fase de instrução, na qual são ouvidas as denunciantes, depois são examinadas as provas da acusação e, por fim, analisada a defesa apresentada pelo docente.

Segundo as denúncias colhidas no inquérito preliminar, Rosolen se aproximava de mulheres para as quais dava aulas e tentava estabelecer alguma conexão amorosa com elas, oferecendo viagens e passeios. Isso aumentava, disseram as denunciantes, para toques em suas partes íntimas e tentativas de beijos forçados.

Caso não houvesse reciprocidade, o docente faria ameaças de cortes de bolsas de estudo para as pós-graduandas, por exemplo. A USP recebeu uma lista com mais de dez pessoas que teriam sido assediadas. As ocorrências teriam sido registradas a partir de 2020. Rosolen é professor da USP há quase 30 anos.

Ainda conforme as denúncias, a comunidade acadêmica sempre teve conhecimento do comportamento do professor, e estudantes, principalmente as calouras, eram instruídas a não ficarem sozinhas com ele.

O processo administrativo instaurado contra Rosolen é o segundo contra um docente da USP, por assédio sexual e moral, somente neste ano. Alysson Mascaro, professor da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, na capital paulista, também enfrenta investigação e nega todas as acusações.



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