“Entre minas e manas: experiência feminina e performatividade política nas ocupações secundaristas de 2016 em Minas Gerais” – Luís Antonio Groppo e Karoline Rebecka Siqueira Ferreira

Acaba de ser lançado, pela Editora Forma Mídias, o e-book “Entre minas e manas: experiência feminina e performatividade política nas ocupações secundaristas de 2016 em Minas Gerais”, de autoria e organização do professor Luís Antonio Groppo, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), e da pedagoga Karoline Rebecka Siqueira Ferreira. A obra é fruto da pesquisa “Ocupações secundaristas no Brasil em 2015 e 2016”, coordenada pelo professor, e da dissertação de mestrado de Karoline Ferreira. O livro traz discussões adicionais à versão original da dissertação. A publicação foi financiada pelo programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), com recursos disponibilizados pela CAPES.

“Com o objetivo de aprofundar e dar visibilidade as experiências das jovens mulheres que foram protagonistas das ocupações estudantis em Minas Gerais em 2016, (…) desenvolvemos um olhar atento sobre as transformações políticas e subjetivas vividas por essas estudantes”, afirma Karoline Ferreira. Para ela, essas mulheres não só́ ocuparam as escolas, mas também conquistaram, com coragem e determinação, um lugar de destaque no cenário politico brasileiro, desafiando as desigualdades de gênero e criando novas formas de resistência e atuação politica.

“Este livro é um testemunho de como essas jovens mulheres, por meio da performatividade politica, do feminismo e da autoformação juvenil, não apenas resistiram a um sistema que as silenciava, mas também forjaram novos caminhos para a luta e a autonomia. Elas reescreveram a politica a partir de suas vivências e de sua força coletiva”, complementa a pesquisadora.

Segundo a organização, a obra repercute uma discussão teórica sobre performatividade, gênero e política, com base em Judith Butler. “É feita a interpretação e análise de nove entrevistas com mulheres que ocuparam escolas no Estado de Minas Gerais em 2016. Os resultados demonstram a importância central do feminismo secundarista para este movimento e as influências desta experiência política nas trajetórias das secundas”, salienta.

Professora Karoline Rebecka Siqueira (Foto: Arquivo Pessoal)

Com 200 páginas, o livro foi dividido em quatro seções e seis capítulos. A obra se inicia com a análise do referencial teórico que é fundamentada na perspectiva da pesquisadora Judith Butler e da sociologia da juventude. A primeira seção, intitulada “Juventude, gênero e subjetivação política”, é dividida em três partes: “Juventude”; “Gênero, sexualidade e performatividade para Butler”; e “Performatividade política, precariedade e assembleia para Butler”.

Na segunda seção, “A juventude em movimento: da precarização da vida à constituição dos sujeitos políticos”, os autores narram como ocorreram as ocupações secundaristas no Brasil, demonstrando quais foram os fatores disparadores, as e os personagens envolvidas/os e seus desdobramentos. “A seção é dividida em três partes, com vistas a apresentar as duas ondas da Primavera Secundarista. Sendo a terceira parte reservada para a apresentação do movimento de ocupações secundaristas no estado de Minas Gerais”, destaca a organização.

A terceira seção é baseada na revisão de literatura desenvolvida especificamente sobre a experiência feminina durante a Primavera Secundarista, na qual foram analisados 19 documentos. Intitulada “Lute como uma ‘mina’: a subjetivação e o feminismo na luta pela igualdade”. A seção apresenta os conceitos mais relevantes e recorrentes nos estudos sobre a participação feminina nas ocupações, e o feminismo é o eixo norteador da análise, atravessado pelos conceitos de subjetivação, autoformação e formação, interseccionalidade e constituição como sujeitas. Os conceitos abordados são discutidos em subseções, com os seguintes títulos: “A subjetivação do feminismo”; “Quando uma mina fala, todo mundo cala a boca”; “Do feminismo didático à ética da convivência feminista”; “Erguemo-nos enquanto subimos”; e “De meninas às sujeitas de direitos”.

Professor Luís Antonio Groppo (Foto: Arquivo Pessoal)

“A quarta seção foi reservada para apresentar as nove meninas de Minas Gerais que compõem a pesquisa nacional e analisar as entrevistas de acordo com os nossos objetivos”, declara a organização. “Entre minas e manas: trajetórias e atravessamentos” é o título dessa última sessão dividida em quatro partes: “As ‘manas’ de Minas”; “Formação e autoformação política das meninas”; “Do machismo ao desencanto: a trajetória feminina”; e “De ‘minas’ a ‘manas’: do renascimento ao poder”.

“Convidamos você, a mergulhar nesta obra que, mais do que um estudo acadêmico, é um tributo à força e à capacidade transformadora das juventudes, especialmente das mulheres, que em sua diversidade e potência, demonstraram que a mudança começa pela ação política cotidiana. Esperamos que este livro inspire você, como nos inspirou, a repensar o papel da juventude, das mulheres e da educação na construção de um futuro mais justo e igualitário”, finaliza Karoline Ferreira.

e-book pode ser baixado gratuitamente por este link

Autoria:

Diretoria de Comunicação Social UNIFAL MG

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