Justiça inglesa acata ação contra mineradora por danos a quilombolas


Depois dessa tentativa de intimidação, o Inema, órgão ambiental baiano, fiscalizou as instalações da mineradora e decidiu interditá-la. A medida foi justificada por ao menos 15 irregularidades, como a não previsão de recursos para a recuperação das casas rachadas na comunidade.

‘Mineradoras controlam tudo que acontece na Bahia’

Segundo o advogado Jonny Buckley, do escritório Leigh Day, que representa as comunidades no processo, a ação corre na Justiça da Inglaterra porque as empresas controladoras da Brazil Iron estão sediadas naquele país.

“Elas controlam o que acontece na Bahia”, entende. Outro motivo, de acordo com Buckley, é a dificuldade de os quilombolas conseguirem acesso à Justiça no Brasil. “São comunidades rurais e remotas, e a mineradora tem muito poder, pois é a principal fonte de renda da região”, avalia.

Duas quilombolas, Ana Joana Bibiana Silva e Leonísia Maria Ribeiro, entrevistadas pela Repórter Brasil em 2022, morreram nesse intervalo de tempo sem acesso a nenhum tipo de indenização. “Essas bombas do minério estrondam a casa todinha. Tem hora que até as coisas da casa a gente vê sacudindo. Eu estou com medo dela [a casa] cair. Eu tenho imaginação de estar dormindo e uma hora a casa despencar de vez”, contou Leonísia, enquanto mostrava as rachaduras na parede.

A mineradora Brazil Iron é a subsidiária brasileira da holding inglesa Brazil Iron Trading Limited. Fundada após a aquisição de direitos minerários na Chapada Diamantina, em 2011, a empresa tem 45 pedidos de pesquisa mineral protocolados na ANM, espalhados por vários municípios da região.





Source link

Adicionar aos favoritos o Link permanente.