Safra de soja 2024/2025 em Goiás chega a 98% de colheita

A safra de soja 2024/2025 em Goiás está praticamente finalizada, com cerca de 97 a 98% da área já colhida. O balanço parcial indica um resultado positivo em termos de produtividade, com médias em torno de 70 sacas por hectare, elevando a produção estadual a mais de 20,5 milhões de toneladas. 

Em entrevista a um portal de agronegócios, Leonardo Machado, gerente técnico do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (IFAG), destacou que a colheita apresentou bons números, mas que os desafios logísticos ainda são um entrave para o setor.

Segundo Machado, a armazenagem da produção tem sido um problema recorrente no estado. “A falta de unidades armazenadoras já é uma questão constante em Goiás, e isso acaba dificultando o escoamento da safra, gerando preocupações para os produtores”, explica. 

Além disso, ele ressaltou que as condições das estradas vicinais, especialmente em algumas regiões administradas pelos municípios, têm dificultado ainda mais o transporte da safra.

Outro fator que impacta a rentabilidade dos produtores é o preço da soja. Atualmente, a saca está sendo negociada na casa dos R$ 110, garantindo margens de lucro próximas a 20%. “O produtor conseguiu uma boa produtividade, mas o preço ainda não é o ideal para compensar os custos de produção, que aumentaram em relação ao ano passado”, afirma Machado. Muitos agricultores que ainda não comercializam seus grãos aguardam um cenário mais favorável no mercado para efetuar suas vendas.

Enquanto a colheita da soja se aproxima do fim, a segunda safra de milho já está praticamente plantada, registrando um crescimento de área de 2,5% em comparação ao ciclo anterior. A expectativa inicial é positiva, com uma produção estimada em 11 milhões de toneladas. No entanto, as condições climáticas começaram a preocupar os produtores.

“Estamos passando por um período de veranico, com quase duas semanas sem chuvas significativas nas regiões produtoras, e isso já começa a impactar o desenvolvimento inicial das lavouras”, alerta Machado. Ele também pontua que algumas áreas, como a região leste do estado, que inclui Cristalina, podem sofrer mais com a estiagem. “O produtor está atento, porque se esse período seco se prolongar, podemos ter perdas na produtividade”, destaca.

Outro ponto de atenção está no controle de pragas. “O clima mais seco favorece o ataque de lagartas, o que já tem sido um problema em algumas áreas. Como o milho ainda está no desenvolvimento inicial, essa é a principal preocupação do produtor no momento”, ressalta Machado. Ainda assim, ele afirma que as previsões indicam o retorno das chuvas para a próxima semana, o que pode amenizar os impactos climáticos.

Cenário de mercado e estratégias de comercialização do milho

No mercado, o milho está sendo negociado a preços elevados, com valores acima de R$ 70 por saca. No entanto, essa valorização ocorre devido à entressafra, período em que a oferta do cereal é reduzida. “Os preços estão reagindo neste momento, mas com a entrada da segunda safra, podemos ver ajustes no mercado”, explica Machado.

Muitos produtores optaram por segurar a comercialização, apostando em uma possível valorização nos próximos meses. “Uma parte da produção já foi travada para garantir os custos de produção, mas muitos ainda estão aguardando melhores oportunidades de venda”, afirma. A estratégia, segundo ele, é acompanhar a evolução dos preços para definir o momento mais vantajoso para comercializar a safra.

Machado reforçou a importância de monitorar o clima nas próximas semanas para garantir o bom desenvolvimento da segunda safra de milho. “O produtor goiano tem enfrentado desafios, mas também tem conseguido boas produtividades. Agora, seguimos atentos às condições climáticas e ao mercado, buscando sempre a melhor rentabilidade”, conclui.

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