Escritor e imortal da ABL, Godofredo de Oliveira Neto fala sobre a democratização da literatura


“Foi uma grata surpresa, estou encantado. Acho que a ABL está em um momento muito bom de diálogo com a sociedade brasileira, uma abertura imensa. Não que não tenha havido antes, mas agora isso se potencializou. A participação de mulheres está aumentando, a programação cultural é intensa, com muitos convidados. (…) Não é uma eleição minha para mim. Eu tento fazer jus aos leitores e leitoras da minha obra”, disse ele, que prepara um novo livro.

O autor conta que desde “O desenho extraviado de Hieronymus Bosch”, fez uma mudança de forma na arquitetura do romance com relação aos anteriores, que se aplica a esse novo projeto. “Comecei uma mudança, digamos, estilística, da forma, e esse que estou escrevendo vai nessa mesma linhagem, quanto à sua formatação e sua arquitetura”, explicou.

Literatura inclusiva

Por fim, o autor opinou ainda sobre as mudanças positivas que vem observando na literatura brasileira que, para ele, está evoluindo de forma mais inclusiva.

“A literatura brasileira deu um salto muito grande, abriram-se novas editoras, produzindo mais. É uma fase muito rica e mais representativa da nação brasileira, fugindo um pouco do eixo Rio – São Paulo. A temática de trazer para frente, no protagonismo, franjas imensas da sociedade brasileira como o movimento negro, que está vindo com muita força, mas não só; também o movimento feminista, LGBT, indígena, são propostas muito presentes na literatura brasileira contemporânea e que mostram a variedade da nação brasileira. Isso democratizou muito uma certa literatura. E a gente vive esse momento de grandeza e de aplauso com a literatura contribuindo decisivamente para a formatação de uma nova nação, que corresponda mais ao seu real teor populacional”, afirmou.





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